Política

Comandante do Exército pediu ‘crédito de confiança’ a Lula, diz Múcio

Tomás Paiva também deseja ‘tomar a frente’ no caso do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Foto: Douglas Magno/AFP
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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta terça-feira 24 que o comandante do Exército, o general Tomás Ribeiro Paiva, pediu um “crédito de confiança” ao presidente Lula (PT).

Paiva assumiu o posto após Lula demitir Júlio César Arruda, no último sábado. O novo comandante também solicitou ao petista autorização para “tomar a frente” no caso a envolver o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e alvo de investigação da Polícia Federal.

“Estou torcendo para que o general Tomás vá dizer ao presidente que vai fazer aquilo que o presidente deseja que faça. A gente precisa que agora, para que nasça esse clima de confiança, de que o outro saiba o que vai se fazer, é muito importante que essa iniciativa seja do Exército”, disse Múcio em entrevista à GloboNews.

Ainda no sábado, Paiva disse a Lula, segundo Múcio, que o desejo é de superar o episódio dos atos de terrorismo praticados por bolsonaristas contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.

“O general disse que precisava de um crédito de confiança para que a gente coloque as coisas no lugar. Está sendo dado esse crédito de confiança, com votos para que tudo volte ao normal.”

Apesar de pedir para assumir a dianteira sobre Mauro Cid, porém, Paiva “combinará” com Lula as providências a serem adotadas, segundo Múcio.

No centro do episódio está a nomeação de Cid, no apagar das luzes do governo Bolsonaro, para o 1º Batalhão de Ações de Comando, em Goiânia. Para o ministro da Defesa, o Exército tem de analisar a situação e tomar uma decisão.

“Nós não estamos querendo condenar ninguém por especulação, não cometer injustiça, mas tenho absoluta certeza de que se tiver algum fato comprovado, isso deverá ser adiado [nomeação de Cid], postergado, alguma coisa vai acontecer.”

Na entrevista, Múcio também afirmou que o principal erro dos militares foi permitir que os ônibus repletos de manifestantes golpistas desembarcassem em frente ao quartel-general do Exército na véspera dos atos de 8 de janeiro. Na ocasião, a Força já era comandada pelo general Júlio César Arruda.

“Se você perguntar qual foi o erro, foi permitir que as pessoas que vieram nos 130 ônibus para Brasília pudessem entrar no acampamento”, resumiu. “Se ficasse do lado de fora, se tivesse ficado numa praça qualquer, o problema é da polícia do GDF. Como entrou no território do Exército, parece que aqueles 200 se multiplicaram e viraram 5 mil.”

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