Política

Com provável derrota do voto impresso, Bolsonaro propõe ‘outros mecanismos para evitar suspeita’

Presidente e aliados sabem da dificuldade de aprovar a PEC no plenário da Câmara dos Deputados

Foto: Sergio Lima / AFP
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O presidente Jair Bolsonaro sugeriu na segunda-feira 9 em conversa com apoiadores, que o governo pode defender mecanismos de auditagem das eleições mesmo sem a aprovação da PEC do voto impresso, cuja votação no plenário da Câmara está prevista para esta terça-feira 10. “Amanhã o Congresso decide, mas tem outros mecanismos para a gente colaborar para que não haja suspeitas (de fraude nas urnas eletrônicas)”, disse aos simpatizantes em seu retorno ao Palácio da Alvorada.

Bolsonaro havia firmado acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que aceitou pautar a proposta sob a condição de que o governo aceite a decisão dos parlamentares. No entanto, o chefe do Executivo sinaliza, com essa declaração, que pode insistir em cobrar outros mecanismos de auditagem das urnas eletrônicas.

Lira deu alerta ao governo ao dizer que está com “botão amarelo apertado” contra possíveis atos que ameacem a estabilidade institucional entre os Poderes. “Não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule a independência e a harmonia entre os Poderes, ainda mais como chefe do poder que mais representa a vontade do povo brasileiro”, declarou o presidente da Câmara na semana passada ao anunciar que colocaria em votação a proposta de emenda à Constituição, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF).

O parlamentar tem sob sua mesa mais de cem pedidos de impeachment do presidente e pode pautar qualquer um deles em decisão monocrática. “Os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos. Alguns, fatais. Muitas vezes são aplicados quando a espiral de erros de avaliação se torna uma escala geométrica incontrolável”, disse.

Em entrevista ao site O Antagonista, Lira lembrou que todos os parlamentares que estão na Câmara foram eleitos pela urna eletrônica.

“Tenho dito sempre que nós que fomos e somos eleitos por ela (pela urna eletrônica) não podemos estar contestando um sistema que funciona e até o momento não houve nenhum tipo de maiores esclarecimentos sobre fraudes”, disse.

Ele, entretanto, também não descartou alterações sobre o sistema eleitoral que possam tornar a auditoria dos votos mais clara à população. Entre as medidas, Lira destacou a ampliação dos atuais programas de auditagem das urnas para 1,5 mil ou 2,5 mil, dos atuais 400 mil aparelhos. Nas últimas eleições, cerca de 100 urnas participaram do programa de checagem.

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