Com Haddad, PT consolida periferia e avança em redutos da classe média

O candidato petista recuperou regiões onde Marta foi derrotada em 2008 e ficou próximo de tucano em bairros ricos

Haddad faz campanha em Cidade Tiradentes, onde recebeu 80,09% dos votos. Foto: Divulgação

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O mapa da votação do segundo turno em São Paulo mostra que, com Fernando Haddad, o PT recuperou parte dos distritos perdidos nas últimas eleições e avançou em redutos historicamente refratários ao partido. O petista foi eleito prefeito da capital no domingo 28 com 3,4 milhões de votos, o equivalente a 56% dos votos válidos.

De acordo com um levantamento da Folha de S.Paulo, Haddad avançou sobre 18 zonas eleitorais onde Gilberto Kassab, então do DEM, havia vencido Marta Suplicy (PT) em 2008. Em 2012, por exemplo, os petistas foram mais bem votados em Rio Pequeno, algo que não acontecia desde 2000.

Ainda assim, o mapa da votação é parecido com o quadro das disputas recentes: vermelho na periferia, azul no centro expandido e bairros nobres. Uma única ilha vermelha, em Santa Ifigênia, é observada na região onde Serra foi mais votado.

A vitória mais expressiva de Haddad foi registrada em Parelheiros, extremo sul de São Paulo. Lá, o petista obteve 83,5% dos votos. Grajaú (82,28%), Cidade Tiradentes (80,09%) e Piraporinha (78,28%) também registraram alta vantagem do candidato. Em São Mateus, maior zona eleitoral da capital, com 229.594 habitantes, Haddad venceu por 74,5% a 25,5%.

Serra, por sua vez, manteve a tradição e obteve vantagens expressivas nos distritos mais ricos da cidade, como Jardim Paulista (77,67% dos votos), Indianápolis (76,19%) e Pinheiros (71,63%).

Em outros redutos de classe média, a distância entre os candidatos foi mais curta do que em disputas anteriores. Haddad venceu por 50,99% contra 49,01% no Jabaquara e por 50,98% contra 49,02% na Santa Ifigênia. Eles tiveram praticamente o mesmo desempenho na Vila Sabrina (50,11% para Serra) e Cursino (50,2%). Em outros redutos, como Casa Verde, Vila Maria e Bela Vista, a vantagem do tucano ficou entre 3% e 10%.


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