A Assembleia Legislativa de São Paulo elegeu, por 89 votos a 5, o deputado André do Prado (PL) como presidente da Casa, nesta quarta-feira 15. O parlamentar é aliado do governador e ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (PL).
Ao tomar posse, Prado agradeceu o apoio do presidente nacional do seu partido, Valdemar da Costa Neto, e de Tarcísio. Saudou ainda os ex-governadores desde Geraldo Alckmin.
Prado sucede Carlão Pignatari (PSDB) e encerra anos do tucanato no poder da Alesp. Sua eleição contou com os votos da federação do PT com o PCdoB, que tem 19 dos 94 parlamentares da Casa.
Conforme mostrou CartaCapital, Prado fez um acordo com o PT para obter os votos da legenda. Em troca dos votos de apoio, o aliado de Tarcísio recolheria votos para os petistas emplacarem Teonilio Barba (PT) na 1ª secretaria, cargo que vem logo abaixo da presidência.
O PT também quer ampliar a participação nas 19 comissões da casa. O partido já preside quatro comissões e cogita liderar mais duas, Constituição e Justiça e Finanças e Orçamento.
O PT alega que a sua decisão de compor a mesa diretora com o aliado de Tarcísio se dá pela “proporcionalidade”: tanto o PL como a federação do PT têm 19 deputados, sendo as maiores bancadas, o que lhes dariam o direito de dirigir a Casa, segundo a tradição do parlamento paulista.
CartaCapital apurou que o PT deve decidir até o dia 24 sobre a distribuição dos seus nomes para as comissões.
Na terça-feira 14, a bancada escolheu Paulo Fiorilo para a liderança do PT e Enio Tatto para a liderança da minoria. Tatto foi um dos derrotados na disputa interna da legenda pela 1ª secretaria.
Prado concorreu com Carlos Giannazi do PSOL para a presidência. Giannazi obteve somente cinco votos, justamente os seus colegas de agremiação. O parlamentar já disse achar “péssimo” o gesto de aproximação do PT com o aliado de Tarcísio.
Marina Helou, única representante da Rede Sustentabilidade na Alesp, votou em Prado em vez de votar com o PSOL, apesar de haver uma federação entre as duas siglas. A CartaCapital, ela disse concordar com a estratégia do PT em defender o princípio da proporcionalidade. O ato foi distinto de Leci Brandão, única representante do PCdoB, que justificou o voto em Prado justamente por compor a federação com o PT.
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