Política
Clubes militares citam Fux e alegam desrespeito a ‘passado ilibado’ de condenados por golpe
Para integrantes da reserva, ‘questionamentos’ do ministro no julgamento deveriam ser enfrentados com rigor
O Clube Militar, o Clube Naval e o Clube de Aeronáutica publicaram uma nota conjunta em repúdio à decisão do Supremo Tribunal Federal de concluir o processo sobre a trama golpista e mandar prender sete réus do núcleo crucial, entre eles os generais Walter Braga Netto (PL), Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, o almirante Almir Garnier e o ex-capitão Jair Bolsonaro (PL).
No documento, o general de Brigada Sérgio Tavares, o almirante de esquadra Alexandre José Barreto e o major brigadeiro Marco Antonio Perez citam o voto do ministro Luiz Fux — único integrante da Primeira Turma do STF a defender a absolvição dos réus — e alegam que a decisão da Corte aconteceu “em um processo cuja condução foi alvo de críticas técnicas consistentes”.
Os militares da reserva dizem haver “apontamentos relevantes sobre possíveis falhas” no julgamento e destacam que os questionamentos de Fux deveriam ser considerados “com rigor”.
“Torna-se relevante mencionar que as prisões em questão atingem respeitados chefes militares, com passado ilibado, com uma carreira de mais de 40 anos de serviços prestados à nação brasileira, o que deveria ter sido objeto de ponderação em todo o processo e no julgamento”, sustentam os clubes.
Confira as penas dos condenados:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente: 27 anos e três meses de prisão;
- Walter Braga Netto, general, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa: 26 anos de prisão;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF: 24 anos de prisão;
- Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha: 24 anos de prisão;
- Augusto Heleno, general da reserva e ex-chefe do GSI: 21 anos de prisão;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa: 19 anos de prisão; e
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin: 16 anos, um mês e 15 dias de prisão.
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