Ciro se diz vítima de ‘traição’ no Ceará: ‘Meteram a faca nas minhas costas’

O senador Cid Gomes e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, não entram na campanha de Roberto Cláudio, candidato ao governo apoiado por Ciro

O ex-candidato do PDT à Presidência Ciro Gomes. Foto: Evaristo Sá/AFP

Apoie Siga-nos no

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, voltou a se dizer vítima de uma “traição” no Ceará, estado que o projetou para a política. O ex-governador acumula desavenças inclusive com seus irmãos devido à disputa local.

Roberto Cláudio (PDT), candidato ao governo estadual apoiado por Ciro, corre o risco de ficar de fora do segundo turno. Uma pesquisa Ipec divulgada em 22 de setembro apontava Elmano Freitas (PT) com 30%, numericamente à frente de Capitão Wagner (União Brasil), com 29%. Cláudio era o terceiro, com 22%.

Irmãos de Ciro, o senador Cid Gomes e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, não entram na campanha de Cláudio. Eles apoiam a candidatura do petista Camilo Santana ao Senado. Recentemente, Cid afirmou que, no primeiro turno, decidiu “se preservar”, a fim de “tentar ser esse catalisador, o cupido da renovação dessa aliança”.

Na segunda-feira 26, em entrevista ao podcast Flow, Ciro reclamou de “traição” e “deslealdade”.

“Eu dei minha vida ao povo cearense, e algumas lideranças, todas que eu ajudei a formar, se reuniram e meteram a faca na minhas costas. Me traíram. Eu estou lá sem ninguém me defendendo”, lamentou o pedetista. “‘Sem ninguém’ não é verdade. Roberto Cláudio, que é o melhor cara, é o meu candidato a governador lá.”

Na entrevista, ainda fez uma forte acusação a quem considera “traidor”, ao afirmar que ser desleal “por dinheiro é mais grave ainda”.


A situação de Ciro na corrida eleitoral é delicada também em seu estado. O levantamento Ipec de 22 de setembro indica que ele chega a apenas 10% das intenções de voto no Ceará, atrás de Jair Bolsonaro (PL), com 18%, e do líder Lula (PT), com 63%.

O rompimento de petistas e pedetistas no Ceará ocorreu diante da insistência de Ciro no lançamento de Roberto Cláudio, em detrimento da governadora Izolda Cela, defendida pelo PT. Ela assumiu o cargo após Camilo Santana renunciar ao governo para concorrer ao Senado. Izolda, então, deixou o PDT e hoje não aparece filiada a qualquer partido. Ela contava com o apoio de Cid e Ivo Gomes.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.