Política

Ciro quer ‘centro-esquerda’ no PSDB e chama o PDT de ‘puxadinho do PT’

O ex-governador do Ceará afirmou não poder ‘suportar’ a aproximação entre seu antigo partido e a legenda de Lula

Ciro quer ‘centro-esquerda’ no PSDB e chama o PDT de ‘puxadinho do PT’
Ciro quer ‘centro-esquerda’ no PSDB e chama o PDT de ‘puxadinho do PT’
O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes. Foto: Miguel Schincariol/AFP
Apoie Siga-nos no
Eleições 2026

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes, recém filiado ao PSDB, afirmou ter o desejo de construir um movimento de “centro, centro-esquerda”, contemplando setores aparentemente antagônicos. Em evento em Aracaju (SE), ele também criticou seu partido anterior, o PDT, por ter se aliado ao governo Lula (PT).

“Uma proposta de centro-esquerda pode reunir de sindicatos a empresários do agronegócio, ao contrário do sectarismo que está aí”, alegou. “O PDT tinha essa estrada, mas infelizmente sucumbiu aos ‘encantos’ do PT e virou puxadinho, o que não posso suportar.”

Apesar de o presidente do PSDB, Marconi Perillo, afirmar que Ciro será candidato a governador do Ceará, ainda há dúvidas entre aliados do ex-ministro sobre sua disposição de concorrer a qualquer cargo. As derrotas nas últimas disputas pela Presidência, de acordo com interlocutores, ainda pesam na definição. Em 2022, quando amargou apenas 3% dos votos válidos, prometeu nunca mais voltar às urnas.

Questionado pela reportagem, Ciro afirmou não estar na política por vontade própria, mas por ter “responsabilidade” com o Ceará e com o País. “Tenho muita vontade de ajudar a construir o movimento baseado nos projetos. Seria o que chamamos de centro, centro-esquerda, que é a cara do Brasil.”

Ciro concedeu as declarações antes de ministrar uma palestra em um evento promovido pela Câmara dos Dirigentes Lojistas da capital sergipana. Ele desembarcou em Sergipe uma semana após retornar ao PSDB, legenda pela qual se elegeu governador cearense em 1990.

O novo tucano ainda classificou de “mera cortina de fumaça” a reunião entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último domingo 26, na Malásia. O petista busca suspender o tarifaço imposto por Washington a produtos brasileiros.

Para o cearense, a repercussão do encontro serviu para escantear problemas nacionais. Ele considera que, ao sancionar o Brasil, Trump não buscava levar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao centro da relação diplomática entre os países.

“Só os imbecis e fanáticos do bolsonarismo acreditam nisso”, disparou. “Donald Trump conseguiu apenas dividir a opinião pública brasileira, colocando uma fração dela a favor de agressões dos Estados Unidos ao nosso País. Claro que vão utilizar isso como retórica, porque existe uma conexão entre [o presidente norte-americano] e a direita agressiva, xenófoba, ao redor do mundo.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo