Ciro Nogueira e Eduardo Bolsonaro trocam farpas após críticas por articulação nos EUA

O senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) trocaram farpas nas redes sociais nesta segunda-feira 13. No centro do embate está a queda de braço pelo espólio político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está preso domiciliarmente e inelegível.

O bate-boca teve início após Nogueira afirmar, em entrevista à TV Bandeirantes, que a atuação do parlamentar nos Estados Unidos, onde articula sanções a autoridades brasileiras na tentativa de evitar a prisão do pai pela trama golpista, atrapalhou a situação do campo político da direita para a eleição do ano que vem.

“Foi um prejuízo muito grande. Não o condeno porque eu não sei o que que eu faria se meu pai tivesse sendo injustiçado, mas foi um prejuízo gigantesco para o nosso projeto político”, afirmou o senador no domingo 12. Segundo o mandachuva do PP, a direita tinha “uma eleição completamente resolvida”, o que mudou com as tarifas e a atuação de Eduardo nos EUA.

A crítica não foi bem recebida pelo filho de Bolsonaro, que usou suas rede sociais para responder: “Prezado Ciro Nogueira, o prejuízo foi gigantesco para o seu plano pessoal, não se pode confundir o seu interesse com o do Brasil”, rebateu, em publicação no X.

“Compadeço com o seu sentimento, pois também foi um grande prejuízo para mim, a diferença é que estou disposto a sacrificar os meus interesses pessoais pelo Brasil”, completou.

Ciro respondeu a Eduardo que não tem dúvida “de que houve um enorme desprendimento pessoal de sua parte”. “Quanto a mim, tenha certeza de que não tive nem terei nenhum prejuízo pessoal. Você sabe a distância entre o que falam de nós e a realidade. Nunca quis ser nada além do que sou. Com uma outra forma de ver, o que me interessa também é o Brasil”.

O pano de fundo do bate-boca é a resistência do parlamentar às pressões para o pai indicar um sucessor. Um dos possíveis substitutos de Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também já foi alvo de estocadas dirigidas por Eduardo. Ciro é citado como um potencial vice na chapa do mandatário, o que aumenta a tensão com o deputado.

Eduardo, que trabalha para ser ele próprio o nome apoiado por Bolsonaro à Presidência em 2026, vem combatendo as pré-candidaturas de governadores da oposição, postura que irrita aliados do Centrão.