Política

Ciro Gomes: ‘O Brasil não cabe nessa esquerda burra que o PT representa’

Pedetista voltou a minimizar pesquisas, dizer que não acredita na existência real de uma terceira via e a fazer duras críticas a Lula e a Bolsonaro

Foto: José Cruz/Agência Brasil 'Temos uma liderança, Ciro Gomes, que já desponta nas pesquisas presidenciais como um dos adversários mais competitivos do atual presidente'. Foto: José Cruz/Agência Brasil
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Ciro Gomes, presidenciável pelo PDT, em entrevista a uma rádio de Goiás nesta quinta-feira 3, voltou a atacar o PT e o ‘projeto de Lula’ para 2023. Na conversa, sinalizou positivamente para uma aliança com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e disse não ver problemas no fato de Caiado ser bolsonarista, como é, segundo Ciro, 70% da população de Goiás.

“O que o PDT em Goiás decidir terá meu apoio. Adianto que tenho grande admiração por Caiado, é um amigo de longa data. […] O que o PDT conduzir aí terá o meu apoio e se for com Caiado fico mais feliz ainda”, respondia Ciro quando foi questionado sobre o alinhamento do governador goiano com Jair Bolsonaro.

“Ele e 70% de Goiás [são bolsonaristas]. É preciso que a gente tenha essa compreensão e essa humildade, se não vamos simplesmente devolver o Brasil a esse estupido presidente que é o pior da história, que conseguiu ser pior que a Dilma”, se justificou. “O Ronaldo representa esse sentimento de repulsa à corrupção e à crise política que o Lula produziu no Brasil e isso eu compreendo”, acrescentou então Ciro em sua defesa.

Por conta da sinalização positiva de Ciro a Caiado, o jornalista também questionou se o pedetista não acreditava então na existência de ‘esquerda ou direita’ na política brasileira.

“Lógico que existe, mas o meu projeto é de centro-esquerda. Acho francamente que o Ronaldo da UDR, que tinha uma visão muito jovial e muito agressiva em um tempo em que Lula também fazia o jogo das invasões de terra, é hoje mais maduro e compreende a necessidade do país se reconciliar”, defendeu.

“Eu tenho formação democrata e acho que o Brasil não cabe nessa esquerda burra que o PT representa, eu quero representar outro conjunto de valores, que é uma grande aliança com quem produz e trabalha”, completou na sua justificativa.

Durante a conversa, Ciro fez diversas críticas a Bolsonaro e a Lula. Ao ex-presidente, se referiu como o autor da ‘crise econômica brasileira’ e responsável ‘pela maior corrupção da história do Brasil’. Já ao ex-capitão, o político se referiu como sendo ‘um grande mentiroso’, ‘corrupto’ e ‘o mais podre elemento do sistema político brasileiro’.

Ciro também voltou a minimizar as pesquisas. Novamente o pedetista insinuou que os resultados que o colocam em terceiro lugar na disputa estariam sendo manipulados por interesses de um sistema financeiro.

“Nós todos estamos avaliando as eleições com essa imposição, que é natural e não estou me queixando, de pesquisas que custam 1 milhão de reais e que são todas pagas pelo sistema financeiro. Tem uma intenção óbvia, que é tentar confinar o debate ao redor de um mesmo projeto de economia”, disse ao ser questionado sobre os resultados.

No mais recente levantamento, da PoderData, Ciro Gomes conta com 7% das intenções de voto e está à frente de nomes como Sergio Moro (Podemos), com 6%, e João Doria (PSDB), com 2%. O pedestista, no entanto, segue distante de Lula, que soma 40%, e Bolsonaro, que tem 32%.

Sobre a proximidade com nomes da chamada terceira via, o candidato negou ser parte do grupo, do qual disse que sequer reconhece a existência.

“[A terceira via] é uma postura de viúvas do Bolsonaro. Se você olhar bem, o Sergio Moro é só uma viúva do Bolsonaro. […] Ele se apresenta de centro, mas é centro coisa nenhuma, é uma viúva do Bolsonaro. O Doria é a mesma coisa. Eu sou outra coisa”, disse.

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