Política

Cid Gomes rejeita apoiar Ciro ao lado de bolsonaristas: ‘Não consigo me ver daquele lado’

O ex-governador do Ceará tem flertado com setores da direita local em meio ao planejamento de sua candidatura para 2026

Cid Gomes rejeita apoiar Ciro ao lado de bolsonaristas: ‘Não consigo me ver daquele lado’
Cid Gomes rejeita apoiar Ciro ao lado de bolsonaristas: ‘Não consigo me ver daquele lado’
Racha na família Gomes - Cid e Ciro brigaram nas eleições de 2022 e agora travam nova disputa pelo comando do PDT no Ceará - Waldemir Barreto/Agência Senado
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Eleições 2026

O senador Cid Gomes (PSB) rejeitou, no último sábado, a possibilidade de apoiar seu irmão Ciro Gomes (PDT) caso ele mantenha a pretensão de disputar o governo do Ceará em 2026. A declaração, dada em entrevista a jornalistas em Várzea Alegre, acontece em meio à aproximação do ex-ministro com setores do bolsonarismo no estado, reforçando as divergências que levaram ao rompimento no clã Ferreira Gomes em 2022.

“Não consigo me imaginar ao lado do Capitão Wagner, não consigo me ver desse lado”, afirmou Cid, em referência ao segundo colocado na disputa pelo governo estadual em 2022. Opositores do governador petista Elmano de Freitas, Wagner, deputado federal pelo União Brasil, e André Fernandes (PL) devem estar em um palanque de Ciro.

O senador, que é aliado do atual chefe do Executivo, disse ter ressalvas à gestão Elmano, mas prefere fazê-las de forma privada. “Roupa suja a gente lava em casa, eu procuro fazer assim. Faço as minhas reclamações dentro de casa, mas o natural para mim é permanecer onde eu estou”, acrescentou Cid.

Questionado sobre a aproximação do irmão com figuras do bolsonarismo local, o parlamentar frisou não ter sentido “mudar para se juntar ao que a gente sempre colocou como gente que tem feito mal ao Ceará”. Explicando o porquê de ter dado uma resposta longa a respeito das eleições, o senador afirmou: “É porque é meu irmão e eu devo a ti essa satisfação, Ciro. Você que está mudando de rumo”.

Na última semana, Ciro esteve no evento que selou a federação partidária entre o União Brasil e o PP. O ex-governador do Ceará defendeu uma união “da centro-esquerda à centro-direita, para nós tirarmos o Brasil deste desastre”, em alusão ao governo Lula (PT). No mesmo dia, participou de um jantar com governadores de direita.

Como mostrou CartaCapital, o ex-ministro tem dado sinalizações de que pretende retomar o destaque político. Em 2022, ele havia rechaçado a possibilidade voltar às urnas em 2026 — naquele ano, amargou seu pior resultado em uma eleição presidencial, com apenas 3% dos votos válidos. Ele cogita migrar para o PSDB, mas também discute uma filiação com o União.

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