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China e EUA anunciam nova rodada de negociações comerciais

Trump havia ameaçado cancelar reunião com XI Jinping, prevista para ocorrer na Coreia do Sul

China e EUA anunciam nova rodada de negociações comerciais
China e EUA anunciam nova rodada de negociações comerciais
Xi Jinping e Donald Trump durante uma reunião em 2017. Um novo encontro dos adversários comerciais deve ocorrer na Coreia do Sul, em novembro de 2025. Foto: Nicolas ASFOURI / AFP
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China e Estados Unidos anunciaram um acordo neste sábado 18 para uma nova rodada de negociações comerciais na próxima semana, com o objetivo de evitar o agravamento na guerra tarifária entre as maiores economias do mundo.

Na semana passada, Pequim anunciou restrições às exportações vinculadas às terras raras, metais essenciais para indústrias como tecnologia e defesa, o que levou o presidente americano, Donald Trump, a ameaçar aplicar tarifas de 100% como represália. 

O republicano também ameaçou cancelar uma aguardada reunião com seu homólogo chinês, Xi Jinping, prevista para acontecer na Coreia do Sul no final deste mês, à margem da cúpula de fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

Na mais recente demonstração de esforços para solucionar a disputa, a imprensa estatal chinesa informou que o vice-primeiro-ministro He Lifeng e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, tiveram uma “conversa franca, profunda e construtiva” durante uma videoconferência na manhã de sábado.

As partes concordaram em organizar uma nova rodada de negociações comerciais “o mais rápido possível”.

Durante a semana, Bessent havia acusado a China de tentar prejudicar o resto do mundo ao intensificar as restrições sobre as terras raras. 

O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, também participou da videoconferência, segundo a agência estatal de notícias Xinhua.

Algumas horas antes da conversa, o canal Fox News exibiu trechos de uma entrevista com Trump na qual ele afirma que se encontrará com Xi na cúpula da APEC.

Resposta coordenada

A videoconferência entre funcionários de alto escalão aconteceu no momento em que Washington tenta reunir o apoio de seus aliados para responder aos novos controles de exportação de Pequim. 

Os ministros dos países do G7 concordaram em coordenar uma resposta de curto prazo e diversificar os fornecedores, afirmou à imprensa em Washington o comissário de Economia da União Europeia, Valdis Dombrovskis.

Após a reunião do grupo esta semana, Dombrovskis destacou que a maioria dos suprimentos de terras raras procede da China, o que significa que a diversificação pode levar anos. 

“Concordamos, tanto bilateralmente com os Estados Unidos como dentro do G7, em coordenar nossa abordagem”, disse o comissário à margem das reuniões semestrais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Os países também trocarão informações sobre os contatos com seus homólogos chineses enquanto elaboram soluções de curto prazo, acrescentou.

O ministro das Finanças da Alemanha, Lars Klingbeil, disse esperar que a reunião entre Trump e Xi contribua para resolver grande parte do conflito comercial. 

A diretora do FMI, Kristalina Georgieva, também expressou na sexta-feira a esperança de que um acordo seja alcançado entre os países para acalmar as tensões. 

A guerra comercial entre Estados Unidos e China foi retomada quando Trump prometeu impor tarifas generalizadas às importações pouco depois de voltar à Casa Branca em janeiro.

Em um determinado momento, as tarifas alfandegárias entre Washington e Pequim dispararam e superaram taxas de três dígitos, o que provocou a paralisação de parte do comércio. 

Desde então, os dois países reduziram suas tarifas, mas a trégua continua sendo instável.

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