Chico Alencar: Taxar os fundos de super-ricos é justo, mas haverá dificuldade no Congresso

Em entrevista ao programa Direto da Redação, de CartaCapital, o deputado apontou correção de 'injustiça tributária'

O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ). Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) elogiou a iniciativa do governo federal de propor a taxação dos fundos dos “super-ricos” e das offshores, mas prevê dificuldades nas votações pelo Congresso Nacional.

Em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube, nesta sexta-feira 1º, o parlamentar considerou que os textos corrigem uma “injustiça tributária”.

Ele mencionou o valor mínimo de 10 milhões de reais para investir em um fundo exclusivo. Estimativas do governo apontam apenas 2,5 mil brasileiros com aplicações financeiras nesses fundos, que totalizam um patrimônio de mais de 750 bilhões de reais.

“Ninguém tem essa capacidade de investir 10 milhões num fundo fechado para uma casta. Tem que pagar imposto, sim”, afirmou. “Essa medida provisória vai ser examinada pelo Parlamento e transformada. Espero que não embarreirem, mas não são favas contadas. Por mais justa que seja a proposta, ela encontrará dificuldades. Basta olhar a história do Parlamento brasileiro desde 1823.”

Alencar reforçou que a “maioria conservadora e ultraneoliberal” no Congresso defende ideias de Estado mínimo e de “capitalismo sem conteúdo social expressivo”.

Para o parlamentar, a partir dessa composição, constituíram-se “dogmas da economia”, como a imprescindibilidade do superávit primário, e que o governo tem o hábito de ceder a essas pressões, como no caso da reforma ministerial para aglutinar o Centrão e da possibilidade de promover a reforma administrativa.


“Ninguém está querendo dar um cavalo de pau na economia, mudar totalmente, socializar tudo por decreto, isso não existe. Agora, conter um pouco a sanha do capital financeiro, monopolista, e determinar a diminuição dos lucros de grandes empresas para investir no social é muito importante”, pontuou.

“O que a gente está vendo é que o governo acaba cedendo, porque não tem, de fato, uma maioria com essa concepção no Parlamento – e cedendo da forma pior possível, porque o sistema político acaba quase que obrigando a isso.”

Assista à entrevista na íntegra:

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