Política
Chefe da Lava Jato em SP: Bolsonaro “não tem poderes” para acionar PF
Procuradora Janice Ascari criticou, no Twitter, decisão do presidente em recorrer à Polícia Federal para interrogar porteiro
A procuradora da República Janice Ascari, que chefia a força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não pode determinar que Polícia Federal ou Ministério Público realizem diligências em investigações. A declaração ocorreu em publicação na internet, nesta quarta-feira 30.
A procuradora se manifestou após Bolsonaro anunciar que recorreria ao ministro da Justiça, Sergio Moro, para pedir que a Polícia Federal interrogue o porteiro que citou o presidente em depoimento durante investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
“O presidente da República não tem poderes para determinar à Polícia ou ao MP (que é o único destinatário do inquérito policial) a realização de diligências para a condução de uma investigação criminal”, escreveu Janice, em sua conta no Twitter.
O Presidente da República não tem poderes para determinar à Polícia ou ao MP (que é o único destinatário do inquérito policial) a realização de diligências para a condução de uma investigação criminal. https://t.co/sUHAywXdN4
— Janice Ascari (@JaniceAscari) October 30, 2019
Na terça-feira 29, a TV Globo divulgou o depoimento do porteiro do condomínio de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, em que declara que, no dia do assassinato de Marielle e Anderson, um dos suspeitos chegou ao local e disse que iria para a casa do então deputado.
O funcionário teria interfonado para a casa de Bolsonaro, e uma pessoa identificada como “Seu Jair” teria liberado a entrada do suspeito. No entanto, Bolsonaro estava no Congresso Nacional, em Brasília, no mesmo dia.
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