O ex-ativista italiano Cesare Battisti foi retido nesta quarta-feira 4 na cidade de Corumbá (MS), na fronteira do Brasil com a Bolívia. Ele foi detido pela Polícia Federal sob suposta tentativa de evasão de divisas por portar uma pequena quantidade de dinheiro, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. Não se sabe ainda o valor exato.
O antigo integrante dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), organização de extrema esquerda, foi condenado à prisão perpétua pelo governo italiano por quatro assassinatos e outros delitos menores atribuídos ao grupo.
A Itália o considera terrorista e desde 2016, com a mudança de governo brasileiro, o país pretende aumentar as pressões para que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Executivo aceitem o pedido de extradição, até então negado. O relator do caso é o ministro Luiz Fux, que não tem prazo para emitir uma decisão.
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Entenda o caso Battisti
Em 2004 Battisti fugiu para o Brasil, onde foi preso em 2007 no Complexo Penitenciário da Papuda. Em 2009, a pedido do governo de seu país de origem, o STF autorizou sua extradição. Mas ao passar pelo Executivo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a solicitação.
Ele continuou preso até 2011, quando do STF por seis votos a três decidiu libertá-lo. Antes de sair da penitenciária do ex-ativista recebeu apoio de políticos como do então senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Segundo informações veiculadas pela imprensa, a defesa de Battisti afirma que o italiano tem um filho no Brasil, o que impede sua extradição, pois a criança “depende econômica e afetivamente dele”. Ainda segundo os advogados, várias tentativas ilegais de enviá-lo ao exterior estão sendo realizadas.