A falta de recenseadores continua a atrasar a coleta de informações para o Censo 2022. Após 93 dias de trabalho de campo, foram contados pouco mais de 136 milhões de cidadãos no País, 66% da população estimada, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na terça-feira 1º. A cobertura está “bem abaixo” do esperado, admitiu o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo. Em momento semelhante no trabalho de campo do Censo de 2010, a coleta havia alcançado 98,7% dos brasileiros.
Devido à morosidade, Azeredo estima que o trabalho de campo deve se estender até “meados de dezembro”, sem especificar uma data. A pandemia impediu o recenseamento em 2020 e 2021. Pelo plano original, a coleta de dados deveria ter sido concluída em outubro deste ano. Além da escassez de profissionais, os pesquisadores sofrem com a recusa de cidadãos e funcionários de condomínios para executar o trabalho. Com o maior número absoluto de eleitores de Bolsonaro, São Paulo é o estado que tem a maior taxa de recusa. A média nacional está em 2,33% e a paulista, em 4,03%. Diante da dificuldade, o IBGE passará a notificar condomínios com o alerta de que devem permitir a entrada dos recenseadores.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login