O ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, negou que o senador Flávio Bolsonaro tenha acesso ao depoimento prestado pelo seu suplente, o empresário Flávio Marinho. O ministro decretou nesta terça-feira 26 “regime de sigilo geral” no inquérito que apura tentativa de interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Segundo divulgou o jornal Folha de S. Paulo, o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, tinha feito um pedido para acompanhar pessoalmente o depoimento, além de ter acesso depois à sua transcrição. Esse pleito também foi negado por Celso de Mello.
Segundo o magistrado, o inquérito policial, “em face de sua unilateralidade e consequente caráter inquisitivo, não permite que, nele, se instaure o regime de contraditório”. Por isso, segue ele, a lei “desautoriza, por completo”, o pedido feito pelo senador.
As investigações se iniciaram quando Paulo Marinho afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que Flávio Bolsonaro recebeu informação vazada da Polícia Federal sobre abertura de investigação relacionada ao ex-assessor Fabrício Queiroz, a Operação Furna da Onça.
O inquérito sobre Bolsonaro foi aberto no STF em 27 de abril, por autorização de Celso de Mello. O objetivo é apurar as acusações do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, que alimentam a hipótese de crime de responsabilidade por parte do presidente da República, conforme mostrou CartaCapital.
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