Governadores enviaram uma carta ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em que pedem ações imediatas contra a disseminação da variante Delta do coronavírus, devido aos registros crescentes de casos no Brasil.
Os gestores estaduais solicitam assistência especial para o Rio de Janeiro, onde houve aumento de 50% nos casos da variante nos últimos 10 dias. Na capital fluminense, a cepa identificada originalmente na Índia representa 45% dos casos de Covid-19.
O texto solicita a Queiroga o envio de mais vacinas para a população do Rio de Janeiro, já que a alta de casos configura “ameaça aos esforços de vacinação em todo o território nacional” .
“Os governadores expressam preocupação com a eventual 3ª onda, resultando em aumento do número de óbitos e infectados no País, que teria o Rio de Janeiro como principal epicentro de disseminação da nova variante, a qual vem apresentando a característica de ser 100% mais contagiosa do que a cepa originária e 30% em relação à variante P1”, diz a carta, com base em alertas de especialistas em infectologia.
Os chefes estaduais dizem ainda que o Ministério da Saúde deve oferecer “ações imediatas” para “evitar uma catástrofe de proporções ainda mais graves no futuro próximo”.
O documento é assinado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador da temática ‘Estratégia para vacinação contra Covid-19’ no Fórum Nacional de Governadores.
Segundo Dias, a presença da variante Delta já havia sido discutida em agenda recente entre os governadores e o Ministério da Saúde, quando os casos começaram a aparecer em São Paulo. Para o petista, os estados paulista e fluminense estão mais vulneráveis por serem “portas de entrada e saída do Brasil para o mundo”.
Em nota, Dias criticou a criação de “dificuldades” para ampliar a vacinação e defendeu a liberação da importação e do uso da vacina russa Sputnik V, barrada após decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O governador também pediu providências para a aquisição de mais insumos para a produção de vacinas na Fundação Oswaldo Cruz.
“Ainda estamos registrando muitas mortes e precisando acelerar a vacinação. Mas precisamos de mais vacinas”, declarou o governador.
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