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Casa Branca defende sanção ao Brasil e diz não ter medo de usar poder militar por ‘liberdade de expressão’
A declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ocorre no dia em que o STF julga Jair Bolsonaro por tentativa de golpe


A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, defendeu nesta terça-feira 9 as sanções contra o Brasil e afirmou que o presidente Donald Trump não tem medo de utilizar o poder econômico e militar para “proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”.
Leavitt foi questionada em uma entrevista coletiva sobre a possibilidade de antecipar novas punições ao Brasil ou a países europeus por supostos atos de censura.
“Liberdade de expressão é o tema mais importante de nosso tempo”, disse a porta-voz. “É por isso que tomamos ações significativas em relação ao Brasil, na forma de sanções e utilizando tarifas, para garantir que países ao redor do mundo não punam seus cidadãos dessa forma.”
Ela declarou não ter qualquer ação adicional a antecipar. “Mas posso dizer que esta é uma prioridade para o governo, e o presidente não tem medo de usar o poder econômico e o poder militar dos Estados Unidos para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo.”
A declaração ocorre no dia em que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — aliado de Trump — por liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Mais cedo, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou uma mensagem em que o subsecretário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado norte-americano, Darren Beattie, defende as sanções aplicadas ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
“Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça”, diz o texto. “Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis.”
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