Carol Dartora: ‘A gente tem o que comemorar, um outro projeto está sendo colocado para o Brasil’

A primeira deputada federal negra eleita pelo Paraná analisa os desafios para o segundo turno e faz um balanço da luta antirracista no parlamento

Foto: Reprodução

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Apesar da capilaridade que o bolsonarismo ganha nas eleições de 2022, ainda há um eleitorado com consciência crítica e que sabe o projeto de País que deseja. Essa é a análise da vereadora Carol Dartora (PT-PR), eleita deputada federal com 130 mil votos, a terceira mais bem votada do estado. 

Em entrevista ao canal de CartaCapital no YouTube, ela disse que o Brasil está “caminhando para a superação de uma subrepresentação histórica” e que, mesmo colecionando situações de impedimento à sua atuação na Câmara — onde também foi a primeira mulher negra – diz que são barreiras que estão sendo quebradas com debates e educação política. 

“Recebi ameaças de morte, cheguei a ter que bloquear 17 perfis nas redes sociais que tinham comentários racistas”, conta. “Não há um dia que eu não tenha sofrido racismo”. 

No cenário institucional, Dartora foi alvo de uma sindicância que apurou uma denúncia de uso do carro oficial à disposição do seu mandato no interior do Paraná, em 17 de julho. A Mesa Diretora da Câmara de Curitiba arquivou o caso por constatar que não houve infração. 

“Quanto mais a gente entra nesses espaços, mais o peso dessa estrutura [racista] se intensifica”, afirma. “Disseram que eu era um acaso, um acidente político, um voto por sorte ou porque sou bonita. [Fora] a dificuldade de aprovar projetos por ser oposição ao prefeito, tive muitos arquivados em comissão sem nenhuma justificativa concreta”. 

Para o novo cargo no Congresso, ela diz que a prioridade são as pautas de garantia aos direitos fundamentais, de segurança alimentar, trabalho e paridade racial e de gênero. E que, em relação ao segundo turno, “temos o que comemorar”. 


“A maior parte do nosso país é mulher, é pobre e é negra, essa maior parte já escolheu seu presidente e já escolheu o projeto que deseja”, diz Dartora. “Essa consciência crítica ela está se formando, essa compreensão de como precisa ser essa democracia, isso está se consolidando, também estamos caminhando para a superação dessa sub-representação histórica”. 

Assista a entrevista na íntegra:

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