Política

Carne Fraca: mídia estrangeira vê novo golpe na economia brasileira

Para o “New York Times”, escândalo “lança dúvidas sobre a indústria do agronegócio”. CNN diz que notícia foi recebida com “raiva e frustração”

Propinas foram repassadas ao 'partido do presidente Michel Temer', ressaltou o NYT
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O escândalo de corrupção e adulteração de carne envolvendo mais de 30 empresas alimentícias brasileiras repercutiu neste sábado 18 na imprensa internacional. O jornal The New York Times destacou que as investigações da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, representam um novo golpe para a elite econômica brasileira, que “tem lutado para se recuperar de escândalos colossais na Petrobras” e Odebrecht.

A publicação acrescenta que o escândalo “lança dúvidas sobre a indústria brasileira do agronegócio”, que classifica como um “pilar relativamente firme da fraca economia do país”.

A Operação Carne Fraca apurou o pagamento de propinas para funcionários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que ignorassem violações sanitárias, como a venda de carne com data de validade vencida e uso de produtos químicos para adulterar os alimentos, além da presença de materiais estranhos em carnes.

O futuro da indústria de carne brasileira, que “ascendeu na última década para se tornar uma das mais importantes do mundo”, também foi questionado pelo Financial Times. O jornal destaca a queda brusca nas ações da JBS nesta sexta-feira, depois que o escândalo foi revelado. A rede americana de televisão CNN relatou que “a notícia foi recebida com raiva e frustração no Brasil, que já está cambaleando com os escândalos de corrupção que afetam os mais altos escalões do governo”.

Carne As empresas investigadas são acusadas de usar produtos químicos para adulterar alimentos (Pixabay)

Mais de mil agentes cumpriram 309 mandados, incluindo de prisão preventiva, em sete estados. A JBS e a BRF, algumas das maiores empresas do setor, estão na mira das investigações. O pagamento de propinas envolveu políticos do PP e do PMDB, “partido do presidente Michel Temer”, ressaltou o New York Times.

As ações dos agentes ocorreram em São Paulo, no Distrito Federal, no Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e em Goiás.

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