Política
Carlos Bolsonaro: “o que está por vir pode derrubar o capitão eleito”
Pedalada? Filho 02 de Bolsonaro inflama tese no Twitter de que Congresso conspira para que presidente gaste além do esperado
Em mais uma mensagem com tom enigmático publicada nas redes sociais, Carlos Bolsonaro, o filho 02 do presidente da República, compartilhou um vídeo nesta quarta-feira 15 que denuncia uma articulação “já engatilhada” para fazer com que Bolsonaro cometesse o crime das pedaladas fiscais. “O que está por vir pode derrubar o capitão eleito”, disse.
Com base no vídeo do youtuber Daniel Lopez – mais um dos seguidores de Olavo de Carvalho que inflamam as redes sociais -, Carlos corrobora com a visão de que a não aprovação da Medida Provisória 870, que altera a estrutura ministerial de Bolsonaro, poderia obrigar o presidente a gastar mais do que o previsto. “O que querem é claro!”, escreveu, ao trabalhar com a hipótese de um impeachment do pai.
Onde estão os caras feias, os identificadores de problemas, os escritores de cartas para aliados “desbocados”? O silêncio não tem nada a ver com a descoberta de seus devidos lugares. O que está por vir, pode derrubar o Capitão eleito. O que querem é claro! https://t.co/9gARtuC63K
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) May 15, 2019
Carlos também compartilhou uma postagem de uma apoiadora na mesma linha. De acordo com ela, a esquerda “quer que o presidente pedale para que peçam o impeachment”.
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) May 15, 2019
As pedaladas fiscais consistem em uma manobra feita pelo Poder Executivo para aparentar equilíbrio nas contas públicas, mas que, justamente por mascararem a situação real, podem ser julgadas como crime de responsabilidade fiscal.
Para a aprovação dos projetos – das quais se destacam a reforma da Previdência e a aprovação da MP 870 -, Bolsonaro precisa de articulação política dentro do Congresso, o que não parece ser capaz de realizar. Escândalos envolvendo a ala ideológica e militar do governo, assim como resultados não esperados para a economia nessa altura do ano, desmoralizaram o governo.
Em relação à reforma ministerial, a Comissão Especial trouxe derrotas aos planos iniciais do governo. O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) não ficou com o ministro Sergio Moro, que ficou com a Funai (Fundação Nacional do Índio) enquanto era Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos que flertava com o órgão.
O presidente cedeu e recriou os ministérios da Integração Nacional e das Cidades, mas não parece ter sido o suficiente para convencer a base aliada.
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