Política
Carlos Bolsonaro confirma candidatura ao Senado e racha direita em SC
Nome indicado pelo ex-presidente, o ‘filho 02’ enfrenta resistências internas e embaralha o tabuleiro no estado
A entrada do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) na corrida ao Senado por Santa Catarina em 2026 embaralhou o tabuleiro político no estado e causou um racha na base do governador Jorginho Melo. O ‘filho 02’ do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou nesta segunda-feira 27 sua intenção de disputar pelo estado e indicou que o apoio do seu pai seria para deputada federal Caroline de Toni (PL).
A candidatura de Carlos atropela o acerto de bastidor por uma chapa composta por de Toni e Esperidião Amin (PP), tradicional figura política catarinense e integrante da Casa Alta. Amin seria escolha pessoal do governador Jorginho Mello (PL), que vê no senador um nome com estrutura partidária de peso para o seu projeto de reeleição.
Em um primeiro momento, o PL chegou a estudar outros colégios eleitorais pelos quais Carlos poderia concorrer, sob alegação de que o vereador seria um nome competitivo em qualquer lugar. Cogitou-se São Paulo ou Roraima, mas as conversas não avançaram. O filho do ex-capitão sempre negou qualquer racha na base e garantiu não ter “plano B”.
Com a resistência da família Bolsonaro em desistir do nome de Carlos, um impasse se instalou: de quem abrir mão para dar lugar ao filho do ex-presidente? Para aliados de Jorginho, rifar De Toni não teria tanto impacto na aliança quanto Amin, que pertence à super-federação União Progressista e poderia dar mais tempo de TV para o governador.
O desgaste interno tornou-se público na semana passada. Durante entrevista a uma rádio local, De Toni ameaçou deixar a sigla controlada por Valdemar Costa Neto caso fosse preterida na definição das vagas de SC na corrida ao Senado. A expectativa da parlamentar é tentar uma solução até março, durante a janela partidária – período em que parlamentares podem trocar de partido sem risco de perder o mandato atual por infidelidade partidária.
Enquanto aguarda uma definição do PL, a deputada também conversa com integrantes do Novo sobre uma possível filiação. O convite para mudar de sigla partiu de Gilson Marques, parlamentar da sigla em Santa Catarina e um dos postulantes ao Senado no ano que vem. “São duas vagas, eu poderia dobrar com ela, acho que fortaleceria muito. Me agrada demais essa hipótese”, contou o deputado a CartaCapital.
Em entrevista concedida no fim de semana, o governador minimizou a reclamação da deputada e afirmou que a escolha do segundo nome para a Casa Alta em sua chapa à reeleição seria feita “daqui a um tempo”.
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