Política

Carlos Alberto de Nóbrega diz que foi ‘infeliz’ ao se referir a Lula em entrevista

Comediante havia dito que gostaria de perguntar ao presidente da República sobre a falta de formação no ensino superior

Carlos Alberto de Nóbrega, comediante em entrevista ao programa Roda Viva. Foto: Reprodução
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O comediante Carlos Alberto de Nóbrega afirmou que a sua declaração sobre a escolaridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “infeliz”, em entrevista ao site Uol, publicada no sábado 8.

Protagonista do famoso programa de humor A Praça é Nossa, da emissora SBT, Nóbrega havia dito, numa entrevista à TV Cultura na semana passada, que gostaria de perguntar a Lula sobre não ter um ensino superior. As considerações repercutiram negativamente.

“O que o senhor explica de um presidente da República, no dia que recebe o diploma de presidente, chora e diz que foi o primeiro diploma que recebeu na vida. Um homem que não tem um curso ginasial, universitário, contábil, qualquer coisa, ser presidente da República”, havia ironizado o artista.

A apresentadora do programa Roda Viva, Vera Magalhães, chegou a interferir na resposta e afirmou que “o voto é livre”. Nóbrega, então, rebateu e disse que “é por isso que o país está desse jeito”.

Questionado sobre a colocação, Nóbrega se retratou.

“Fui talvez infeliz na minha maneira de falar, porque, quando a Vera falou que ‘todo mundo tem direito ao voto’, eu quis falar, mas quando percebi que eu tinha dado uma pisada, quis mudar de assunto”, afirmou.

Na sequência, Nóbrega, que foi eleitor de Jair Bolsonaro (PL), disse reconhecer a “vivência” de Lula.

“O que eu quis dizer, quando eu disse ‘como é que ele se sentia naquele momento [de receber o diploma de presidente] é que eu acho que é a primeira vez na história da civilização que uma pessoa tem um trajeto tão vitorioso como Lula teve, sem ter um alicerce. Isso é a minha opinião. Ele não teve o diploma, mas ele teve a vivência, ele é um homem que viveu, veio do zero”, disse.

A declaração de Nóbrega havia ocorrido dois dias antes da visita de Patrícia Abravanel e Daniela Beyruti, filhas de Silvio Santos, ao presidente da República. O humorista demonstrou que não sabia da agenda.

Segundo o Uol, o encontro seria uma tentativa da emissora se reaproximar de Lula. No governo de Bolsonaro, um dos genros de Silvio Santos, Fábio Faria, era ministro das Comunicações.

O próprio dono da emissora teria conversado com o presidente por telefone, na quarta-feira 5.

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