Política

Capes diz que 200 mil bolsas ficarão sem pagamento por causa de novos bloqueios

Em nota, instituição pediu ‘tratamento digno à ciência e a seus pesquisadores’

Capes diz que 200 mil bolsas ficarão sem pagamento por causa de novos bloqueios
Capes diz que 200 mil bolsas ficarão sem pagamento por causa de novos bloqueios
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Foto: Evaristo Sá/AFP
Apoie Siga-nos no

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes, declarou que cerca de 200 mil bolsas ficarão sem pagamento, após novos bloqueios de recursos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em nota divulgada nesta terça-feira 6, a Capes declarou que já havia sofrido dois contingenciamentos impostos pelo Ministério da Economia. Diante disso, a medida adotada havia sido a de priorizar o pagamento de bolsas e auxílios.

Porém, a Capes diz ter sido “surpreendida” em 30 de novembro com a divulgação do Decreto nº 11.269, que “zerou por completo a autorização para desembolsos financeiros durante o mês de dezembro”.

Dessa forma, a Capes sustenta ter perdido a capacidade de desembolso de “todo e qualquer valor, o que a impedirá de honrar os compromissos por ela assumidos, desde a manutenção administrativa da entidade até o pagamento das mais de 200 mil bolsas”.

O depósito dos pagamentos estava previsto para ocorrer até esta quarta-feira 7. A Capes diz que já cobrou das autoridades competentes a “imediata desobstrução” dos recursos financeiros.

As providências solicitadas se impõem não apenas para assegurar a regularidade do funcionamento institucional da Capes, mas, principalmente, para conferir tratamento digno à ciência e a seus pesquisadores“, diz a nota.

De acordo com a equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Ministério da Educação informou que não tem condições de pagar, em dezembro, os 14 mil médicos residentes de hospitais federais e outros cerca de 100 mil bolsistas.

Segundo o ex-ministro da Educação Henrique Paim, há “um trabalho com a PEC da Transição” a fim de contemplar a recomposição orçamentária da Educação.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo