Política
Candidata do Novo se nega a apresentar provas após acusações contra Tabata Amaral em debate
Marina Helena disse, sem provas, que a deputada usou jatinhos particulares para visitar o namorado, o prefeito de Recife, João Campos; Tabata ameaça processar a adversária
A candidata do Partido Novo à prefeitura de São Paulo, Marina Helena, se negou a apresentar provas de acusações feitas à adversária Tabata Amaral (PSB) sobre supostos voos em jatinhos particulares para visitar o namorado, o prefeito de Recife João Campos (PSB).
A acusação foi feita na terça-feira 17, durante debate realizado pela RedeTV e pelo UOL. Nesta quarta, Marina Helena foi a convidada do próprio UOL e do jornal Folha de S. Paulo para uma rodada de sabatinas com concorrentes à prefeitura da maior cidade do país.
O tema foi abortado na sabatina primeiro pela jornalista Raquel Landim, que perguntou se Marina Helena considerava “ético” fazer acusações sem provas. “Se eu não tivesse recebido informações de fontes completamente confiáveis eu jamais teria falado o que falei”, respondeu a candidata.
Landim e os colegas de bancada, Fabíola Cidral e Fábio Haddad, tentaram fazer com que a representante do Novo ao menos dissesse quais seriam as tais fontes, mas, por todo o tempo, ela se esquivou.
“A candidata [Tabata] tem total forma de combater isso. Ela tem aí uma chance muito grande, que é mostrar todos os tíquetes de voos [comerciais] dela de ida e volta de Brasília”, disse Marina Helena.
Os jornalistas, então, lembraram, em diferentes momentos da entrevista, que a responsabilidade de comprovação é de quem fez uma acusação, e não de quem é acusado. Ou seja, caberia a ela provar o que dizia.
Ao fim do debate, Tabata disse que iria processar a adversária, mas admitiu mudar de ideia caso ela se desculpasse publicamente após as acusações que fez. CartaCapital entrou em contato com a equipe da candidata do PSB após a entrevista desta quarta, mas não recebeu retorno. Caso haja resposta, este texto será atualizado.
“Se ela apresentar todos os comprovantes [de voo] de ida e volta, eu peço desculpas. É muito fácil ela apresentar todos os tíquetes de viagens que fez”, disse a candidata do Novo, enquanto insistia em defesa difusa do conceito de “transparência”.
Os jornalistas tentaram diversas saídas para buscar uma resposta contundente de Marina Helena, mas não foi suficiente. Ao responder a uma pergunta completamente objetiva, se ela apresentaria ou não provas das acusações, se limitou a dizer que “temos alguns dias até as eleições“.
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Tabata ameaça processo e pede retratação de candidata do Novo após acusação sobre voo em jatinho
Por CartaCapital
Cadeirada e direitos de resposta dão o tom de novo debate de candidatos a prefeito de São Paulo
Por CartaCapital