Política
Campanha de Bolsonaro prepara ofensiva nas redes sociais contra Lula durante JN
Ideia é utilizar os canais oficiais e de aliados para, em tempo real, contestar as declarações do petista, bem como explorar eventuais deslizes


A campanha do presidente Jair Bolsonaro, do PL, prepara uma ofensiva na internet durante a entrevista que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, concederá nesta quinta-feira, às 20h30, no Jornal Nacional, da Rede Globo. A ideia é utilizar os canais oficiais e de aliados para, em tempo real, contestar as declarações do petista, bem como explorar eventuais deslizes.
A estratégia será adotada tanto por integrantes do comitê de campanha, incluindo ministros, quanto pelo grupo comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), responsável pelas redes sociais do presidente e por municiar a militância bolsonarista nas redes sociais.
O objetivo é ao mesmo tempo atacar Lula e fazer a defesa de Bolsonaro, evitando que apoiadores do petista dominem as discussões nas redes. A campanha do candidato do PL aposta na comparação entre os dois governos para tentar reduzir a vantagem de Lula nas pesquisas de intenção de votos.
A avaliação no núcleo bolsonarista é que Lula ainda é um “candidato analógico”, que não aprendeu a falar com espontaneidade nas redes sociais, tampouco a reagir ao desgaste causado por elas. Portanto, a campanha defende ser preciso usar essa “vantagem” dos apoiadores de Bolsonaro para equilibrar a exposição que o ex-presidente terá na televisão e tentar emplacar uma narrativa favorável ao atual titular do Palácio do Planalto.
Bolsonaro foi o primeiro dos candidatos à Presidência a ser entrevistado na bancada do telejornal de maior audiência do país, na segunda-feira, dia 22. Como mostrou a colunista Bela Megale, a estratégia para a entrevista foi montada por Carlos Bolsonaro em uma reunião com o presidente no domingo no Palácio do Alvorada.
A entrevista de Bolsonaro teve enorme repercussão nas redes sociais. Segundo levantamento feito pela Quaest, nove milhões de pessoas foram impactadas por publicações sobre a sabatina durante os seus 40 minutos de exibição. O levantamento mostrou ainda que 65% das menções foram de críticas ao presidente, enquanto 35% foram de teor positivo sobre a sua participação.
A Quaest mediu também os momentos de pico de citações positivas e negativas sobre o desempenho do presidente. Os trechos que mais mobilizaram as críticas foram quando Bolsonaro tratou de urnas e da eleição de outubro; quando falou da atuação do governo na pandemia e sobre corrupção na sua gestão.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Entrevista com Ciro dá ao Jornal Nacional sua 2ª maior audiência no ano
Por CartaCapital
Entrevista de Bolsonaro ao Jornal Nacional alcança 43 milhões de pessoas
Por CartaCapital