Política

Câmara de São Paulo terá Comissão da Mulher formada apenas por vereadores homens

Milton Leite, presidente da Câmara, afirma que comissão ‘não é específica de mulher’

Vereadores titulares na Comissão de Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher. Foto: Câmara de SP/Reprodução
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A comissão responsável por discutir e elaborar políticas públicas para as mulheres na Câmara Municipal de São Paulo é composta por sete integrantes homens e nenhuma mulher. Oficialmente chamada Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher, o grupo tem entre suas atribuições acompanhar e fiscalizar programas relativos aos direitos e proteção da mulher, assim como avaliar e investigar denúncias no mesmo âmbito.

Em março, o grupo chegou a ofertar uma ‘vaga temporária’ para a vereadora Luana Alves (PSOL-SP) em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Caso aceitasse, ela integraria a comissão apenas neste mês.

Em vídeo publicado no Instagram, Luana compartilhou publicamente a recusa e afirmou que a situação evidência o machismo ainda presente na política brasileira. Luana ainda tentou dialogar com o presidente da Comissão sobre a abertura de uma vaga fixa, mas não obteve resposta.

Em reunião com lideranças da casa na terça-feira 12, o presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite (União Brasil) afirmou que o grupo de trabalho não analisa apenas questões relacionadas às mulheres e que não é possível ‘colocar uma mulher na comissão’ sem uma solicitação dos partidos.

Leite também reafirmou que cabe aos partidos indicarem mulheres para as comissões permanentes e que existe uma regulamentação clara que todos devem seguir. “Se os partidos não indicarem mulheres, a presidência não tem competência para tal”, destaca.

Procurada por CartaCapital, Luana destacou que “é uma vergonha que a comissão que trata das questões da mulher não tenha nenhuma vereadora como membro”.

“Eu, que fui parte dessa comissão desde o primeiro ano como vereadora, ou seja, a três anos, me surpreendi com a intransigência do governo e dos líderes partidários em não aceitar nenhuma troca para que eu pudesse voltar à Comissão”, relata. “Acredito que é reflexo do pouco compromisso e prioridade em relação às lutas e demandas das mulheres. Também é reflexo do incômodo do governo com o meu trabalho a três anos na Comissão. Sempre tive uma postura crítica e recebi, na comissão, muitos cidadãos e cidadãs, trabalhadores da Saúde e da Assistência, insatisfeitos com as políticas municipais”.

Atualmente, a comissão é composta pelos vereadores André Santos (Republicanos), Aurélio Nomura (PSDB), Bombeiro Major Palumbo (PP), George Hato (MDB), Hélio Rodrigues (PT), Manoel Del Rio (PT) e Rodolfo Despachante (PP).

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