Política

Câmara de São Paulo aprova reforma da previdência de Bruno Covas

Sindicatos diz que a partir de janeiro servidores farão greve

Câmara de São Paulo aprova reforma da previdência de Bruno Covas
Câmara de São Paulo aprova reforma da previdência de Bruno Covas
Plenário da Câmara dos vereadores de São Paulo. Foto: André Bueno Plenário da Câmara dos vereadores de São Paulo.
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A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira 26 a reforma da previdência municipal da capital paulista. O texto, que já havia passado pela primeira votação na última sexta-feira 21, teve 33 votos a favor – eram necessários 28 para que o projeto passasse. Apenas 17 parlamentares votaram contrário.

A reforma passará a vigorar após sanção do prefeito Bruno Covas (PSDB). Parte dos servidores municipais deverá entrar em greve a partir do dia 4 de janeiro.

O projeto de reforma da previdência havia sido levado ao Legislativo pelo então prefeito João Doria (PSDB), porém, diante de fortes protestos e pressões sindicais, o tucano retirou da pauta em março. Um grupo de estudos voltou a estudar o caso em novembro logo após o segundo turno das eleições.

Entre os pontos mais polêmicos da reforma está o aumento da alíquota de contribuição dos servidores de 11% para 14% e o estabelecimento do teto de aposentadoria de R$ R$ 5.645,80. Aqueles que ganham  mais que esse valor e quiserem manter seus rendimentos terão que contribuir para um regime de previdência complementar.

Leia também: Câmara de São Paulo quer aprovar reforma da previdência no fim do ano

Na semana passada, o prefeito Covas decidiu apresentar duas mudanças no texto de seu antecessor. Ele retirou a proposta que mudava o modelo de financiamento da previdência e a ideia de usar os recursos de privatizações para pagar os servidores. A última medida foi barrada pelos vereadores.

Para o vereador Fonseca, que também é presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), aumentar a alíquota de contribuição do servidor para 14% caracteriza confisco salarial.

O projeto de Doria previa a segregação de massas, que acabava com o regime de repartição simples e implantava um sistema de contas indivíduos em que o próprio servidor financiaria sua aposentadoria. A ideia, fortemente criticada pela oposição, foi abandonada. Exemplos dessa medida implementada em outras cidades também dissuadiram a gestão municipal de mantê-la na reforma.

Leia também: Por favorecimento, MP pede condenação de cúpula da gestão Doria

O PL

A projeto de lei de reforma da previdência foi proposto, em 2015 e em 2016, por Fernando Haddad (PT). O então prefeito petista não conseguiu levar adiante o projeto na Casa legislativa em nenhuma das vezes. Na ocasião, um dos pontos mais polêmicos no projeto era o teto de valor das aposentadoria e a criação de previdência privada para os servidores. O petista queria limitar a R$ 4.600 – atualmente não existe esse limite.

No início do governo de João Doria, o então gestor decidiu mandar um texto substitutivo para a Câmara, reformulando o projeto. As medidas não foram bem recebidas pelos servidores e protestos foram organizados. Um dos primeiros atos em frente à Câmara acabou em confronto com a Polícia, que atirou bombas de gás e tiros de borrachas nos manifestante. Na ocasião, uma professora teve o nariz quebrado por um guarda civil

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