CartaCapital

Câmara conclui votação e aprova cobrança de tributos sobre serviços de streaming

Com o fim da análise entre os deputados, a matéria segue para o Senado

Câmara conclui votação e aprova cobrança de tributos sobre serviços de streaming
Câmara conclui votação e aprova cobrança de tributos sobre serviços de streaming
A nova legislação sobre os serviços de streaming foi aprovada pela Câmara – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

A Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta-feira 5 a votação do projeto de lei que determina a cobrança de tributos de até 4% sobre serviços de streaming audiovisual, como NetflixAmazon Prime Video. O projeto segue para o Senado.

Depois da aprovação, na véspera, do texto-base, a Câmara votou nesta quinta os destaques – propostas de mudanças de trechos da redação.

O texto fixa o pagamento de uma alíquota de 0,4% a 4% da receita bruta anual. Os percentuais são progressivos e crescem de acordo com a receita de cada plataforma. Haverá isenção para as companhias com receitas de até 4,8 milhões de reais, valor do teto das empresas de pequeno porte no Simples Nacional.

O valor será destinado à Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine), destinado a financiar o setor audiovisual, e as taxas poderão ser reduzidas em até 60% se as plataformas garantirem o licenciamento de produções brasileiras.

A Casa decidiu nesta quarta derrubar a isenção da Condecine Remessa, taxa sobre valores enviados ao exterior decorrentes da prestação de serviços de streaming audiovisual ao mercado brasileiro.

A legislação aprovada pela Câmara prevê, ainda, que os serviços devem manter pelo menos 10% de conteúdo brasileiro em seus catálogos, sendo que pelo menos 350 obras ou metade dos conteúdos devem ser independentes.

Segundo uma mudança chancelada nesta quarta, somente provedores na faixa de incidência da alíquota de 4% da Condecine seguirão essa obrigação. Neste caso, poderão cumprir a cota de 10% exclusivamente com conteúdos brasileiros, sem a obrigação de que metade seja de conteúdo independente.

Redes sociais como YouTube, TikTok, Instagram e Kwai, deverão pagar uma alíquota máxima de 0,8%, sem possibilidade de dedução.

As exceções

A futura lei aprovada na Câmara prevê uma série de exceções à taxação. São elas:

  • sem fins lucrativos ou de caráter religioso ou jornalístico;
  • de difusão de eventos esportivos ou com finalidade estritamente educacional;
  • de comunicação pública ou de jogos eletrônicos;
  • que tornem disponível conteúdos audiovisuais de forma incidental ou acessória, integrada à oferta de outros conteúdos;
  • cujo serviço de vídeo sob demanda não seja atividade econômica autônoma ou preponderante e se refira a conteúdo
  • audiovisual exibido anteriormente por até um ano em serviço de TV por assinatura; e
  • em serviço de televisão por app quando conteúdos e grades de programação forem coincidentes com os dos canais.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo