Política

Câmara aprova novo programa de perdão para dívida de empresas

Desconto de juros pode chegar a 90%. Refis vem sendo tratado como moeda de troca para que deputados barrem o avanço de nova denúncia contra Temer

Câmara aprova novo programa de perdão para dívida de empresas
Câmara aprova novo programa de perdão para dívida de empresas
Governo cedeu aos deputados que pediam descontos maiores em juros e multas
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O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira 27 o texto-base da Medida Provisória (MP) que abre um programa de refinanciamento de dívidas tributárias de empresas, o Refis.

O texto aprovado é resultado de um acordo no qual o governo fez concessões aos deputados e, segundo informações veiculadas pela imprensa, vem sendo tratada como moeda de troca para a rejeição da nova denúncia contra o presidente Michel Temer. Dos 594 parlamentares, 42% são empresários, fazendeiros incluídos, quase o dobro do total de assalariados (22%).

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Em votação simbólica, os deputados aprovaram texto que deve resultar na arrecadação de 10 bilhões de reais considerando a parcela deste ano e os valores aportados a partir de 2018, segundo estimativa do relator, deputado Newton Cardoso Jr (PMDB-MG). Apesar a arrecadação, na prática trata-se de um perdão bilionário em dívidas tributárias das empresas que aderirem ao programa.

Pela proposta, os descontos incidentes sobre os juros vão de 50% a 90%, conforme a modalidade escolhida de pagamento da dívida. No caso das multas, os descontos variam de 25% a 70%. No texto enviado pelo governo em maio, a variação do desconto sobre os juros era igual, mas o desconto máximo sobre as multas era de 50%. Na comissão especial, o texto do relator chegou a conceder descontos de até 99% sobre juros e multas.

Terão o direito de aderir ao programa pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, inclusive aquelas que se encontrarem em recuperação judicial. Poderão ser refinanciadas dívidas vencidas até 30 de abril de 2017. A solicitação da renegociação deve ser feita até 31 de outubro.

Agora, para que a MP siga para o Senado, os deputados ainda precisam analisar destaques, com sugestões que podem mudar o teor da matéria. O projeto precisa ser aprovado nas duas casas até esta sexta-feira 29 para não perder a validade.

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