Economia

Café, manga e cacau podem escapar de tarifaço dos EUA, diz secretário de Trump

Produtos tropicais não cultivados em solo norte-americano estão no radar para isenção. O Brasil, maior fornecedor de café, ainda não foi mencionado nas negociações

Café, manga e cacau podem escapar de tarifaço dos EUA, diz secretário de Trump
Café, manga e cacau podem escapar de tarifaço dos EUA, diz secretário de Trump
Donald Trump e o seu secretário do Comércio, Howard Lutnick. Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
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Em meio à escalada tarifária promovida pelos Estados Unidos, produtos como café, manga, cacau, abacaxi e coco podem ser poupados do tarifaço do presidente Donald Trump. A sinalização foi feita nesta terça-feira 29 pelo secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, em entrevista à CNBC. Segundo ele, produtos classificados como “recursos naturais não disponíveis nos EUA” poderiam entrar no país sem sobretaxa.

Lutnick, porém, não citou especificamente o Brasil ou qualquer país exportador que seria beneficiado com tarifa zero.

“Se vamos negociar com um país que produz manga ou abacaxi, então eles podem entrar sem tarifa. Café e coco são outros exemplos de recursos naturais”, afirmou o secretário.

A nova política comercial dos EUA prevê alíquotas de 50% para produtos importados do Brasil e deve entrar em vigor na próxima sexta-feira 1º.

Segundo dados do setor, o Brasil responde por cerca de um terço do café consumido nos EUA, com mais de 8 milhões de sacas exportadas anualmente. A aplicação de uma tarifa de 50% poderia inviabilizar esse comércio, afetando desde produtores até a indústria de torrefação americana.

O secretário também deixou claro que possíveis isenções viriam com contrapartidas: países beneficiados teriam de abrir seus mercados para produtos americanos, especialmente a soja.

“Por que vocês esperam nos vender café e cacau e não nos deixam vender soja? Parece injusto. Vamos tornar isso justo”, afirmou.

O governo brasileiro tem buscado interlocução com Washington para tentar mitigar os impactos do tarifaço. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) mantém contato direto com o secretário americano, enquanto uma comitiva de senadores busca criar canais de diálogo com o Congresso dos EUA. 

A expectativa agora é por um posicionamento claro do governo dos EUA sobre quais países estarão na lista de exceções e em que condições. 

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