Política

Bruno Covas cita protestos por João Pedro e George Floyd: “Racistas não passarão”

Prefeito de São Paulo manifestou-se contra a discriminação racial no Brasil

O prefeito Bruno Covas (PSDB). Foto: Governo do Estado de São Paulo
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O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), repudiou os assassinatos do menino João Pedro, de 14 anos, no Rio de Janeiro, e de George Floyd, nos Estados Unidos, e afirmou que “racistas não passarão”. A declaração ocorreu nesta quarta-feira 3, durante coletiva de imprensa com o governador João Doria (PSDB).

“Embora a gente esteja diante do maior desafio do planeta nos últimos 100 anos, que é a pandemia do coronavírus, mas diante dos recentes acontecimentos, dos assassinatos do menino João Pedro, no Rio de Janeiro, e de George Floyd, nos Estados Unidos, eu me sinto no dever, como prefeito da cidade de São Paulo e como cidadão, de falar sobre racismo”, afirmou.

O prefeito declarou que considera os protestos antirracistas nos Estados Unidos e no Brasil como “tocantes” e que trazem uma pauta urgente para a sociedade.

“As cenas que vemos pelo mundo, de manifestações contra a discriminação e por justiça, são tocantes. Revelam que não podemos mais adiar, colocar para debaixo do tapete, esse tema tão fundamental para a nossa sociedade. Falar sobre racismo, conversar sobre ele, ensinar nossas crianças valores que rompam nossas amarras”, disse.

Bruno Covas destacou que a população de negros e pardos detém os piores indicadores socioeconômicos, o que revela a desigualdade racial no Brasil.

“A renda média dos brancos é mais do que o dobro da dos negros. A expectativa de vida chega a ser de oito anos a menos nos bairros mais pobres, onde grande parte da população negra vive. Os negros e pardos são 57% das vítimas de violência dos homicídios. Precisamos falar sobre o racismo, precisamos aprender sobre isso”, afirmou.

Segundo ele, mesmo no impacto do coronavírus, há uma grande diferença: a população preta tem 37,5% maior de chances de óbito do que a população branca na cidade de São Paulo. Isso ocorre, ele explica, porque a população negra vive na periferia, onde a letalidade do vírus é maior, e pela prevalência na comunidade negra de comorbidades importantes, como a hipertensão e a diabetes.

“Jamais me senti discriminado. Jamais passei pelo constrangimento de explicar ao meu filho que ele poderia ser discriminado pela cor da sua pele. Mas reconhecer que o racismo existe, que está espalhado em nossa sociedade, pelas nossas casas, é fundamental. Não podemos apagar a história, mas podemos mudar a nossa visão sobre ela e construir um novo amanhã. Racistas não passarão”, completou.

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