Política

Brasília dobra presença policial nos Três Poderes, enquanto investigações avançam

Celina Leão disse que passará ‘de forma imediata’ de 248 para 500 os policiais militares nos arredores da Esplanada dos Ministérios e das sedes dos Três Poderes

Atos golpistas em 8 de janeiro, em Brasília. Foto: Sergio Lima/AFP
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O governo do Distrito Federal anunciou, nesta segunda-feira 16, o aumento do efetivo policial nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, para reforçar sua segurança em caráter permanente, ao mesmo tempo em que as autoridades detiveram um dos suspeitos de organizar o ataque de 8 de janeiro na capital federal.

Celina Leão, governadora em exercício do Distrito Federal, disse que passará “de forma imediata” de 248 para 500 os policiais militares nos arredores da Esplanada dos Ministérios e das sedes dos Três Poderes, vandalizadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Para que a gente tenha o máximo possível de tranquilidade e termos uma segurança firme”, comentou Leão em coletiva de imprensa junto com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o interventor de Segurança Pública no Distrito Federal Ricardo Cappelli.

A vice Celina Leão assumiu o governo do Distrito Federal depois que o governador Ibaneis Rocha foi afastado enquanto são investigadas as falhas na segurança no coração político da capital.

A segurança do Distrito Federal está sob controle do Executivo federal por decreto presidencial desde 8 de janeiro, quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Mais de 2.000 pessoas foram detidas – das quais 1.159 continuam presas -, pelos ataques que o governo chama de “atos terroristas”, segundo o último balanço oficial.

Mais de 800 detidos já foram ouvidos em audiências preliminares, um procedimento que deve terminar nesta segunda.

Cenas inéditas

Uma semana após os ataques, o programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu imagens inéditas das câmeras de segurança dentro do Palácio do Planalto.

Nelas, um homem vestindo uma camiseta preta com o rosto de Bolsonaro aparece jogando no chão um relógio Luís XIV, destruindo-o. Ao ver a câmera de segurança, ele a acerta três vezes com um extintor de incêndio.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, informou que serão apresentadas 40 novas denúncias na sexta-feira contra as pessoas “que foram presas depredando e invadindo” as sedes dos Três Poderes.

“Nossa preocupação é que fatos como esses não voltem a se repetir jamais”, disse Aras.

As autoridades querem determinar quem financiou o ordenou o ataque e apertam o cerco ao entorno de Bolsonaro.

O ex-presidente, que viajou aos Estados Unidos antes do fim do seu mandato, nega qualquer ligação com as invasões, mas é investigado por sua possível instigação ao ataque.

A Polícia Federal informou ter lançado uma operação no Rio de Janeiro nesta segunda para deter três suspeitos de financiar e organizar os atos de vandalismo, o bloqueio de rodovias e protestos antidemocráticos em frente a quartéis.

Os agentes prenderam um homem e os outros dois estão foragidos.

Durante a operação, a polícia apreendeu, ainda, computadores, telefones e documentos.

“Profissionais”

Cappelli, nomeado interventor da Segurança Pública de Brasília pelo Executivo, disse nesta segunda que as investigações buscam determinar se houve “profissionais” entre os invasores às sedes dos Três Poderes.

“Existiam homens no capo de batalha com conhecimento do terreno, com conhecimento de táticas de combate, com características profissionais que estavam no meio dos manifestantes”, disse o interventor citando um militar ferido no ataque.

Cappelli indicou que 44 policiais militares foram feridos enquanto defendiam as sedes saqueadas, onde móveis e obras de arte foram danificados e roubados durante a invasão.

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