Educação

Brasil viveu período de ataque à ciência, mas o obscurantismo ficou para trás, diz Lula nos 90 anos da USP

A cerimônia contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e de ministros; o governador Tarcísio de Freitas não compareceu

Lula participou da comemoração dos 90 anos da USP. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil
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O presidente Lula (PT) criticou de forma velada o negacionismo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira 25, durante uma cerimônia pelos 90 anos da Universidade de São Paulo. Segundo o petista, “o tempo do obscurantismo ficou para trás”.

Também marcaram presença no evento, entre outros, a primeira-dama Janja da Silva; o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB); o ministro da Educação, Camilo Santana (PT); o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT); e a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não compareceu. Coube a Vahan Agopyan, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e ex-reitor da USP, representar a gestão estadual.

“Os últimos anos foram de ataques às universidades, à produção científica e à educação como um todo. Tempo de anticiência, do obscurantismo. Felizmente, esse tempo ficou para trás”, disse Lula na agenda. “O Brasil reúne hoje as vocações naturais, o conhecimento científico, a infraestrutura energética e a experiência produtiva para ser a grande potência sustentável do século XXI e liderar o combate à mudança do clima.”

“Os negacionistas de sempre dirão que isso não passa de um sonho. Mas, para mim, o sonho é apenas a realidade que ainda não aconteceu, mas vai acontecer, a depender dos esforços que fizermos daqui para frente.”

O presidente enalteceu sua aliança com Alckmin, considerada impossível há alguns anos, e classificou a democracia como “um exercício de concessão que temos de fazer uns aos outros a vida inteira”.

Lula também celebrou o fato de mais da metade dos estudantes da USP ter se formado em escolas públicas. “Isso significa que, desde sua adesão ao sistema de cotas, a USP está mostrando que para fazer parte do chamado berço do conhecimento não é preciso ter nascido em berço de ouro.”

Segundo dados da própria universidade, das 10.662 vagas preenchidas no vestibular de 2023, 5.714 são de alunos que vieram do ensino público (ou seja, 54,1%). Entre esses estudantes, 2.020 são do grupo de Pretos, Pardos e Indígenas.

Após enaltecer o aumento da diversidade na instituição, Lula defendeu suas viagens ao exterior.

“Quero dizer que nunca antes na história o Brasil esteve tão respeitado no mundo como está agora. Não sabia que minha volta à Presidência e a derrubada do negacionismo iam gerar tanta expectativa em todos os países“, declarou. “Eu nunca tinha ouvido tanta expectativa que as pessoas têm do Brasil.”

Lula retomará a agenda internacional com viagens a dois países da África e à vizinha Guiana, em fevereiro.

A visita ao Egito ocorrerá nos dias 15 e 16. No compromisso oficial, ele se reunirá com o presidente Abdel Fattah al-Sissi, meses após receber apoio para a retirada de brasileiros da Faixa de Gaza, via fronteira com o Egito.

Em 17 e 18 de fevereiro, Lula estará em Adis Abeba, capital da Etiópia, para participar da reunião de chefes de Estado e de governo da União Africana. No ano passado, a organização, que contempla os 54 países do continente, tornou-se membro permanente do G20.

Após o retorno da África, o presidente deve visitar, na última semana fevereiro, a Guiana, que sediará a cúpula anual do Mercado Comum e Comunidade do Caribe, grupo regional criado em 1973 e que reúne 15 países.

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