Política

Brasil teve dois casos de violência política por dia durante campanha, estimam ONGs

Ao total foram registrados 121 casos, entre homicídios, ataques, ameaças ou agressões. Segundo o levantamento, o número de episódios de violência quintuplicou em relação a 2018

Rafael Silva de Oliveira, apoiador de Bolsonaro preso após matar Benedito Cardoso dos Santos, apoiador de Lula, por conta de discordâncias políticas — Foto: Divulgação/Polícia Civil
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O Brasil registrou uma média de quase dois episódios de violência política por dia nos dois meses anteriores ao primeiro turno das eleições, em 2 de outubro, segundo um relatório de ONGs, publicado nesta terça-feira 11.

De 1º de agosto a 2 de outubro, foram registrados, no total, 121 casos, entre homicídios, ataques, ameaças ou agressões (físicas ou verbais).

O relatório, elaborado pelas ONGs Justiça Global e Terra de Direitos, leva em conta a violência contra funcionários eleitos, candidatos ou outras pessoas que exercem funções relacionadas com a política.

Além disso, desde o começo de 2022, o número de episódios de violência quintuplicou em relação a 2018, ano da eleição anterior, quando foram escolhidos presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.

Este ano, o relatório registrou 247 casos de violência política, incluindo oito homicídios, 23 ataques, 85 ameaças e 59 agressões físicas.

“Temos visto mais ataques dirigidos a partidos de esquerda ou de centro-esquerda, ou a funcionários eleitos, comprometidos com a defesa dos direitos humanos, a comunidade LGTB+ ou a luta contra o racismo”, explicou Glaucia Marinho, da ONG Justiça Global, citada em nota à imprensa.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o favorito para vencer o segundo turno das presidenciais em 30 de outubro, contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante uma campanha altamente polarizada, os dois candidatos têm usado coletes à prova de balas durante suas aparições públicas.

Há quatro anos, Bolsonaro sofreu uma facada durante um comício, a menos de um mês do primeiro turno das eleições das quais saiu vitorioso.

Além dos ataques contra candidatos a cargos eletivos, este ano foram registrados vários homicídios durante discussões entre pessoas com opiniões políticas divergentes.

Em julho, um bolsonarista matou a tiros o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu, que comemorava seu aniversário em uma festa com decoração do PT.

Há um mês, outra discussão sobre política terminou com o homicídio de um dos simpatizantes da esquerda a golpes de facão, em Mato Grosso.

Em 4 de outubro, dois dias após o primeiro turno, um eletricista apoiador de Lula matou a facadas o amigo bolsonarista com quem dividia o apartamento em Itanhaém, litoral de São Paulo.

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