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Brasil reafirma laços com a Ucrânia enquanto Bolsonaro viaja para a Rússia
O Ministro das Relações Exteriores, Carlos França, conversou por telefone nesta segunda-feira com o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba
O Itamaraty reafirmou publicamente seus laços diplomáticos com Kiev nesta segunda-feira (14), enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) embarcou para a Rússia para uma visita oficial em meio à crise entre Moscou e países ocidentais sobre a Ucrânia.
“O Ministro das Relações Exteriores, Carlos França, conversou por telefone hoje com o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba”, tuitou o Itamaraty, pouco antes de Bolsonaro decolar em um avião oficial rumo à Rússia.
O ministro França “ouviu a avaliação de seu homólogo sobre a atual situação na fronteira entre Ucrânia e Rússia” e “reiterou a posição brasileira em favor da resolução pacífica”, acrescentou o Itamaraty, que lembrou que Brasil e Ucrânia comemoraram recentemente 30 anos de relacionamento diplomático.
Apesar da escalada das tensões e do descontentamento dos Estados Unidos, Bolsonaro decidiu manter a visita ao presidente russo, Vladimir Putin, focada em questões de interesse bilateral como agricultura, energia e defesa.
O Brasil, importante produtor e exportador agrícola mundial, “depende em grande parte de fertilizantes da Rússia”, justificou Bolsonaro.
Para analistas, a viagem de Bolsonaro – que também visitará nesta quinta a Hungria, liderada por seu aliado, o primeiro-ministro de extrema direita Viktor Orban – acontece no pior momento.
Em uma crise sem precedentes desde a Guerra Fria, os países ocidentais temem que a Rússia invada a Ucrânia, depois de reunir dezenas de milhares de tropas nas fronteiras da ex-república soviética.
A Rússia estimou nesta segunda-feira que há uma “possibilidade” de resolver a crise ucraniana graças ao diálogo com os países ocidentais e anunciou o fim de algumas manobras militares.
No entanto, os Estados Unidos continuam insistindo que a Rússia pode iniciar uma invasão militar “a qualquer momento” e pediram a seus cidadãos que deixem a Ucrânia, um gesto ecoado por outros países. O governo Biden também realocou sua embaixada de Kiev para o oeste do país.
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