Política

Brasil não pretende dialogar com Otan após ameaça de sanções, diz Mauro Vieira

Na quarta-feira, o secretário-geral da Otan ameaçou o Brasil, China e Índia com sanções por laços com a Rússia

Brasil não pretende dialogar com Otan após ameaça de sanções, diz Mauro Vieira
Brasil não pretende dialogar com Otan após ameaça de sanções, diz Mauro Vieira
Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Foto Lula Marques/ Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, rejeitou nesta quinta-feira 17 a possibilidade de buscar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para dialogar após a ameaça de sanções por laços com a Rússia.

Na avaliação de Vieira, a ameaça da aliança militar é “totalmente descabida”. “O Brasil não é parte nem os outros dois países que o secretário-geral mencionou. Eu acho uma declaração dele totalmente descabida, fora de propósito, fora da área de competência dele”, disse em entrevista à GloboNews.

O ministro reforçou que a Otan é uma organização militar e não tem alcance comercial. “Sobretudo porque, se for assim, países membros da Otan que são membros da União Europeia – e que comerciam com a Rússia e compram grandes quantidades de petróleo e de gás – teriam que ser também sancionados”, afirmou.

Na quarta-feira 17, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, pediu ao Brasil, à China e à Índia que pressionem a Rússia pelo fim da guerra na Ucrânia, ameaçando as três nações que integram o grupo do Brics com a imposição de sanções por parte dos Estados Unidos.

“Meu incentivo a esses três países, em particular, é que, se você mora em Pequim, ou em Delhi, ou é o presidente do Brasil, talvez queira dar uma olhada nisso, porque isso poderá lhe atingir com muita força”, disse Rutte a jornalistas.

As novas ameaças contra o Brasil acontecem em meio a uma ofensiva comercial do governo de Donald Trump contra o País. O republicano anunciou na semana passada a cobrança de uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo