Brasil, mostra a sua cara

A mudança econômica e social em curso desafia as velhas interpretações do País, afirma Marcio Pochmann

Sistema. Para o presidente do IBGE, haveria economia e ganhos de eficiência se o instituto coordenasse todos os dados nacionais – Imagem: Rodrigo Cabral/MCTI

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O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, voltou ao noticiário por causa de um factoide. O mapa-múndi com o Brasil no centro, lançado para marcar a presidência do ­País no G20, insuflou um debate entre geógrafos e despertou o perpétuo viralatismo nacional. O papel da instituição, minimiza Pochmann, é produzir informações. Cabe à sociedade interpretá-las. O economista tem outras preocupações mais importantes, uma delas é preparar o instituto para as próximas décadas. Outra, produzir dados mais precisos que permitam entender as transformações sociais, demográficas, econômicas e culturais do País. Segundo Pochmann, mudou a dinâmica entre litoral e interior, enquanto a desindustrialização acelerada e precoce abriu margem para um novo “sistema jagunço”, terreno fértil para o banditismo social e o fanatismo religioso. “Atravessamos uma época de mudança espetacular”, avalia. A seguir, os principais tópicos. A íntegra está no canal do YouTube de CartaCapital.

O mapa-múndi e as reações

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2 comentários

CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 1 de maio de 2024 13h22
Material de alto interesse é tratado nessa entrevista. Só fiquei preocupado com a proposta de centralização dos dados. No Brasil, centralização sempre significou predomínio da União com efeitos negativos, a exemplo do SNI e dos DOI-CODI. Acredito que o entrevistado refira uma centralização para tratamento do material e posterior divulgação ampla a todos os setores interessados, com as balizas da lei. Isso é necessário e urgente, para aperfeiçoar o planejamento público E privado. Que seja essa a centralização, não aquela do controle para dominar.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 1 de maio de 2024 23h14
O intelectual e presidente do IBGE Márcio Pochmann nos traz uma análise preciosa de uma realidade econômica e social de nossa realidade atual que poderia ser objeto de se fazer políticas públicas e conscientização geral da necessidade de reformas urbanas além de retomada de uma reindustrialização premente para estancar esse tal fanatismo religioso combinado com o banditismo social que ameaça boa parte da sociedade brasileira para uma espécie de retrocesso social sem volta. Essa analise e estudo desse segmento populacional que vive às margens da criminalidade por questão de sobrevivência e que fica a mercê de um sistema privado perverso que concentra renda cooptando as pessoas para o lumpesinato naturalizado e positivado na sociedade.

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