Política

Brasil assina declaração contra aborto ao lado de países autoritários

Iniciativa foi liderada pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo

Foto: Júlio Nascimento/PR Foto: Júlio Nascimento/PR
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O Brasil assinou na quinta-feira 22 uma declaração internacional contra o aborto e em defesa da família tradicional. A iniciativa foi promovida pelos Estados Unidos e tem o apoio de países como Arábia Saudita, Sudão, Congo, Egito, Emirados Árabes Unidos e Belarus.

Intitulada Declaração de Consenso de Genebra, o movimento busca promover os direitos e a saúde das mulheres, preservar a vida humana, fortalecer as famílias e a soberania nacional na política global.  A iniciativa foi liderada pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

O Brasil aparece ao lado de Egito, Hungria, Indonésia e Uganda como copatrocinador da declaração, que foi assinada apenas por 31 países – a grande maioria nações africanas e do Oriente Médio. Da Europa, somente Belarus, Polônia e Hungria endossaram o texto.

O documento afirma que “o direito à vida é inerente à pessoa humana” e destaca o suposto “papel da família como base para a sociedade e como fonte de saúde, apoio e cuidado”.

O texto diz que “as mulheres desempenham um papel fundamental na família” e que “uma parceria harmoniosa entre homem e mulher é fundamental para o seu bem-estar e o de suas famílias”.

Na cerimônia de assinatura da declaração, por meio de um vídeo, o Brasil foi representado pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e pelo ministro do Exterior, Ernesto Araújo.

O chanceler ressaltou que o documento promove o compromisso do governo brasileiro com a saúde e bem-estar das mulheres, além de defender a família “como elemento fundamental da sociedade” e proteger a “vida humana desde a concepção”.

Araújo disse que o Brasil se comprometeu a trabalhar com as nações signatárias no âmbito internacional para promover os valores da declaração.

Já Damares destacou o caráter antiaborto da declaração. “Que possamos construir nações, em que, respeitadas as mais diferentes tradições culturais, nenhuma menina ou mulher fique para trás”, encerrou a fala.

Embora o texto reafirme ser voltado para o bem-estar da mulher, a maioria dos países signatários estão entre as 20 piores nações do mundo para se ser mulher, segundo um índice formulado pela Universidade de Georgetown. Na lista estão, entre outros, Paquistão, Iraque, Sudão, Sudão do Sul, Egito e Congo.

(Com informações da DW)

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