Política

Boulos cita ‘ameaça bolsonarista’ e Nunes se diz ‘cria da periferia’ no primeiro dia de propaganda em SP

Já Tabata Amaral e José Luiz Datena aproveitaram para apresentar jingles e criticar candidatos

Boulos cita ‘ameaça bolsonarista’ e Nunes se diz ‘cria da periferia’ no primeiro dia de propaganda em SP
Boulos cita ‘ameaça bolsonarista’ e Nunes se diz ‘cria da periferia’ no primeiro dia de propaganda em SP
Fotos: Reprodução
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O primeiro dia da propaganda eleitoral gratuita no rádio em São Paulo foi marcado por tentativas dos candidatos de mostrar aproximação com os eleitores da capital paulista. Os programas foram ao ar na manhã desta terça-feira 30.

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que lidera pesquisas de intenção de voto para a prefeitura da capital, apresentou-se como o que chamou de alternativa à “ameaça bolsonarista”. Ele ainda deu destaque a sua candidata a vice, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT).

“Essa eleição vai ser fundamental para o futuro da nossa cidade, porque São Paulo já derrotou o bolsonarismo em 2022”, salientou Boulos. “Agora, essa ameaça vem de novo, a ameaça da incompetência, da grosseria, da desumanidade”, disse o candidato.

Na fala, Boulos destacou a existência de dois candidatos ligados ao projeto bolsonarista. “De um lado, o atual prefeito [Ricardo Nunes, do MDB], uma figura covarde que herdou o cargo faz três anos e meio e só resolveu aparecer agora, na véspera da eleição, e mesmo assim tudo o que ele fez é mal feito ou é suspeito”, apontou Boulos.

“Do outro lado, tem um candidato oportunista que tenta iludir as pessoas com discurso de prosperidade, mas que prosperou mesmo é no mundo do crime”, indicou Boulos, fazendo referência ao coach Pablo Marçal (PRTB), que vem crescendo nas pesquisas e, em alguns levantamentos, aparece em empate técnico com o próprio Boulos e com Nunes.

Marçal, aliás, não tem direito à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, uma vez que o seu partido não tem representantes na Câmara dos Deputados. Isso se deve a um mecanismo legal conhecido como cláusula de barreira.

Já Nunes, que tem o maior tempo entre todos os candidatos – 6 minutos e 30 segundos do total de 10 minutos –, usou o espaço para tentar convencer o público de que seria “cria da periferia”. No programa, o prefeito foi entrevistado na “Rádio da Periferia 15”, em referência ao seu número na urna.

“Um cara da periferia, do parque Santo Antônio, Zona Sul. Ricardo também foi, por dois mandatos, vereador de São Paulo, e por sete anos membro e relator da comissão de finanças e orçamento. […] Ricardo se tornou especialista e conhecedor de São Paulo. Conhece Sampa na palma da mão”, disseram os apresentadores.

“A minha experiência de vida, como, por exemplo, ter sido vereador por oito anos, participando do orçamento de São Paulo, me trouxe uma bagagem, uma experiência. Porque eu trouxe isso para a minha gestão”, afirmou Nunes.

O apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a deputada federal Tabata Amaral (PSB) tiveram pouco tempo de inserção, mas aproveitaram os espaços, cada um ao seu modo, para criticar os demais candidatos, e também se disseram próximos à periferia.

Datena, por exemplo, afirmou que “só quem não tem vergonha na cara não cumpre promessa com o povo”. Ao fazer menção aos demais candidatos, o apresentador destacou que “eles prometem o que já não cumpriram. Mentir é muito mais fácil, não custa nada. Falar a verdade custa caro”. Em seguida, foi apresentado o jingle de campanha.

Tabata não falou durante a apresentação, mas o narrador da peça foi o responsável por questionar: “Mano, sem maldade, você está cansado de esperar o ônibus, esperar na fila do exame, esperar a prefeitura resolver os mesmos problemas? Então, Tabata 40, a perifa vai brilhar, 40 é a quebrada, pela vida melhorar”.

Ainda nesta sexta estreiam os programas de televisão dos candidatos. Até o dia 3 de outubro, os programas televisivos serão exibidos das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40.

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