Política

Bomba estourou perto de grupo da OAB

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em São José dos Campos diz que famílias não tiveram direito sequer de fazer o inventário das posses deixadas no assentamento

Bomba estourou perto de grupo da OAB
Bomba estourou perto de grupo da OAB
Policiais atiram contra assentamento Pinheirinho, Foto: Felipe Milanez
Apoie Siga-nos no

 

Responsável por observar a legalidade da ação policial no assentamento Pinheirinho, no domingo 22, um grupo de defensores da Ordem dos Advogados do Brasil em São José dos Campos por pouco não foi alvo também de bombas de efeito moral arremessadas durante a desocupação.

O relato foi feito a CartaCapital pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto.

Enquanto ele se reunia com o coordenador-geral da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, Bruno Teixeira, na igreja onde os moradores estão abrigados, uma bomba de gás lacrimogênio foi lançada no pátio. “O próprio ouvidor pegou um pedaço para servir de prova”, relatou. Teixeira já retornou a Brasília.

Segundo o defensor, a Polícia Militar continuava a circular e a jogar essas bombas com frequência mesmo após “render” os assentados.

Aristeu  afirmou que na igreja estão abrigadas cerca de 1.600 pessoas. “Estamos fazendo a contabilidade dos danos causados”, disse ele à reportagem.

 

Ele relatou que caminhões para remoção dos bens já chegaram ao antigo assentamento. Mas, segundo Aristeu, não há oficiais de Justiça para fazer um levantamentos dos objetos junto aos moradores, aumentando a chance de que, sem identificação, móveis e equipamentos se percam.  “Se quiser fazer com rigor da lei, precisaria ter esse procedimento [fazer inventário] para as pessoas retirarem seus bens depois”, afirmou.

Desde o domingo 22, a operação policial retirou a força cerca de 8 mil moradores do assentamento Pinheirinho, em São José dos Campos, em uma ação de reintegração de posse seguida por confusão e revolta entre os assentados.

Em entrevista à Agência Brasil, Aristeu afirmou que havia mortes durante a operação e que crianças estavam entre as vítimas. Pouco depois, em contato com a CartaCapital, o próprio Aristeu disse que a informação ainda precisava de confirmação. Há, segundo ele, fortes suspeitas de que uma criança teria morrido em decorrência das bombas de gás lacrimogênio.

No Instituto Médico Legal, o caso teria sido registrado como morte em decorrência de asma. Aristeu afirmou que hospitais da região foram acionados para confirmar se a morte está ligada a operação policial.

À Agência Brasil Aristeu afirmou ter ficado surpreso com o aparato de guerra que foi montado em prol de uma propriedade pertencente à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. “O proprietário é um notório devedor de impostos, notório especulador, proibido de atuar nas bolsas de valores de 40 países. Só aqui ele é tratado tão bem”.

 

Responsável por observar a legalidade da ação policial no assentamento Pinheirinho, no domingo 22, um grupo de defensores da Ordem dos Advogados do Brasil em São José dos Campos por pouco não foi alvo também de bombas de efeito moral arremessadas durante a desocupação.

O relato foi feito a CartaCapital pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto.

Enquanto ele se reunia com o coordenador-geral da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, Bruno Teixeira, na igreja onde os moradores estão abrigados, uma bomba de gás lacrimogênio foi lançada no pátio. “O próprio ouvidor pegou um pedaço para servir de prova”, relatou. Teixeira já retornou a Brasília.

Segundo o defensor, a Polícia Militar continuava a circular e a jogar essas bombas com frequência mesmo após “render” os assentados.

Aristeu  afirmou que na igreja estão abrigadas cerca de 1.600 pessoas. “Estamos fazendo a contabilidade dos danos causados”, disse ele à reportagem.

 

Ele relatou que caminhões para remoção dos bens já chegaram ao antigo assentamento. Mas, segundo Aristeu, não há oficiais de Justiça para fazer um levantamentos dos objetos junto aos moradores, aumentando a chance de que, sem identificação, móveis e equipamentos se percam.  “Se quiser fazer com rigor da lei, precisaria ter esse procedimento [fazer inventário] para as pessoas retirarem seus bens depois”, afirmou.

Desde o domingo 22, a operação policial retirou a força cerca de 8 mil moradores do assentamento Pinheirinho, em São José dos Campos, em uma ação de reintegração de posse seguida por confusão e revolta entre os assentados.

Em entrevista à Agência Brasil, Aristeu afirmou que havia mortes durante a operação e que crianças estavam entre as vítimas. Pouco depois, em contato com a CartaCapital, o próprio Aristeu disse que a informação ainda precisava de confirmação. Há, segundo ele, fortes suspeitas de que uma criança teria morrido em decorrência das bombas de gás lacrimogênio.

No Instituto Médico Legal, o caso teria sido registrado como morte em decorrência de asma. Aristeu afirmou que hospitais da região foram acionados para confirmar se a morte está ligada a operação policial.

À Agência Brasil Aristeu afirmou ter ficado surpreso com o aparato de guerra que foi montado em prol de uma propriedade pertencente à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. “O proprietário é um notório devedor de impostos, notório especulador, proibido de atuar nas bolsas de valores de 40 países. Só aqui ele é tratado tão bem”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo