Bolsonaro também pagou pet shop, doces e decoração de festa com cartão corporativo

Nos extratos ainda constam despesas com sorvete, cosméticos e hospedagens de luxo

Foto: EVARISTO SA / AFP

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Durante os quatros anos do governo Jair Bolsonaro, o cartão corporativo da Presidência da República foi utilizado para compras que vão além das despesas do dia a dia.

Na lista constam itens para decorações de festas, doces e com animais de estimação. Após permanecer em sigilo durante o mandato, o detalhamento dos gastos foi revelado na noite de quarta-feira pela Secretaria-Geral da Presidência. No total, foram gastos no cartão R$ 27 milhões.

A lista fornecida pelo governo é dividida entre diversas categorias, como hospedagem e alimentações. Duas dessas categorias são relacionadas a festas: “material p/ festividade e homenagens” e “festividades e homenagens”. Ao todo, foram gastos R$ 21,7 mil. Parte dos gastos foi em lojas de Brasília especializadas em decoração e artigos para festas.

Entre os gastos com alimentação, alguns se destacam. Um dos estabelecimentos que mais recebeu recursos foi o Mercadinho La Palma, em Brasília, que se apresenta como “mercadinho gourmet”. Foram R$ 678 mil em gastos ao longo dos quatro anos. No Rio de Janeiro, a lanchonete Lecadô recebeu R$ 126 mil.

Também há diversas despesas em lojas focadas na venda de doces: apenas na Casa do Chocolate, um mercado especializado em guloseimas, foram R$ 46 mil. Em outras docerias foram gastos R$ 1,8 mil. Além disso, apenas em sorveterias foram R$ 8,6 mil.

O governo federal ainda gastou R$ 2,3 mil em pet shops. A maior parte foi na rede Petz, que vende alimentos e outros produtos destinados a animais.


La Palma

É a oferta de “produtos exclusivos” que atrai gastos presidenciais no La Palma desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, segundo funcionários do estabelecimento que preferiram não se identificar. A mercearia ‘’gourmet’’ foi a preferência de gastos de Bolsonaro, mesmo com a distância de 7 quilômetros do Palácio do Planalto e mais de 8 quilômetros da Alvorada.

Os funcionários citam temperos sírios e queijos de difícil acesso no mercado como produtos atrativos para ‘’clientes do governo’’. De 2019 a 2022, a equipe da presidência gastou com gêneros alimentícios diversos, gás engarrafado, material de cozinha e produtos de limpeza e higiene, conforme os dados divulgados nesta quinta-feira.

Despesa milionária em hotéis

Os gastos com hotéis são, de longe, os maiores do cartão corporativo da presidência, durante o governo Bolsonaro. O total de R$ 13,66 milhões em hospedagem nos quatro anos de mandato está concentrado em gastos elevados em estabelecimentos pontuais, como o Blue Tree Faria Lima, que acumulou cerca de R$ 553 mil, ou o luxuoso Hilton Brasil que recebeu em despesas do cartão corporativo mais de R$ 268 mil. O estabelecimento com maior gasto, no entanto, foi o Ferraretto Hotel, que recebeu R$ 1,46 milhões.

(Com informações da agência O Globo)

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1 comentário

Kennedy Gomes Afonso 14 de janeiro de 2023 11h34
Isso não é corrupção? Milhões de brasileiros passando fome e o ex-mandatário do país gastando o dinheiro público com guloseimas. A questão não é nem o gasto em si, mas o valor gasto. Será que o senhor presidente, com o salário que recebia não tinha condições de bancar seus gastos? Para o gado isso não é corrupção, isso não é roubo.... mas para quem praticou, tinha a certeza que não era correto que estava fazendo, tanto que decretou segredo por 100 anos. Será que ele acha que daqui a 100 anos alguém lembrar que passou um energúmeno pela presidência? Muita pretensão.

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