Política

Bolsonaro nunca foi contra o Centrão, admite ministro das Comunicações

Fábio Faria acredita que a eleição presidencial se dará entre o seu chefe e Lula, sem espaço para a terceira via

Foto: Reprodução Facebook
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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, aposta que a eleição presidencial deste ano será decidida entre o seu chefe, Jair Bolsonaro (PL), e Lula (PT). Para ele, no cenário atual, não há espaço para a chamada terceira via em uma disputa que envolve, na sua opinião, “as duas maiores lideranças populares dos últimos 40 anos”.

“Os candidatos da terceira via não têm tempero. Nenhum deles tem tempero. E eles se perderam nos próprios discursos”, afirmou em entrevista à revista Crusoé. “Doria mostrou que o que falava não era real. Moro se perdeu nas próprias ações e palavras. Ciro está no campo político do Lula, o que o atrapalha muito”.

Na avaliação de Faria, a liderança do ex-presidente Lula nas pesquisas é temporária e deve-se ao fato de Bolsonaro estar “100% sob ataque”.

“A pancadaria de tudo isso está só em cima do presidente. Como Lula foi visto pela população como único candidato que fazia frente ao Bolsonaro, quem estava com raiva dele falava que votava no PT”, disse. “Só que isso é um número fake. Porque a partir do momento em que Bolsonaro começar a mostrar como o governo dele está trabalhando, saindo desses debates polêmicos, o eleitor de 2018 começará a voltar para ele”.

Na conversa, o titular da pasta ainda afirmou que ter o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice não fará diferença para Lula. Para Faria, a aliança “é um erro grave”.

“Em uma eleição entre Lula e Bolsonaro ninguém vota no vice”, pontua. “Alckmin leva desgaste para o Lula, porque bateu muito forte no PT a vida toda, sobretudo em 2018. Então, o eleitor apaixonado pelo Alckmin se sente traído porque ele virou petista, e o eleitor do PT se sente traído porque Lula pegou um tucano que era um inimigo dele”.

O ministro ainda declarou que o eleitor bolsonarista não se sentirá traído com a união do presidente com o Centrão.

“Ele não era anti-Centrão a vida toda. Bolsonaro era Centrão”, recorda. “[Em 2018,] ele criticou a velha política, que hoje não existe mais. Virou a chave”.

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