Política
Bolsonaro não será boia salva-vidas nas eleições. Será uma âncora, diz deputado do PL
Para Marcelo Ramos, de saída do partido, o presidente não tem plano e aposta no carisma


O deputado federal Marcelo Ramos reforçou seu desejo de deixar o PL com a chegada de Jair Bolsonaro. O vice-presidente da Câmara é crítico ao ex-capitão e já havia destacado o ‘constrangimento’ em ter Bolsonaro como colega de partido. Ainda filiado ao PL, Ramos concedeu entrevista ao Poder360 e alfinetou novamente o ex-capitão.
“Eu estou indignado porque quem xingou a minha família e a minha casa está entrando na minha casa. E tem gente estendendo o tapete vermelho. Eles não atacaram a mim, atacaram o PL […], mas não sou o dono da casa, não posso escolher quem entra e sai”, afirmou.
“Muitos pensam que ele será boia salva-vidas nas eleições. Eu penso que será uma âncora”, acrescentou o parlamentar.
Para ele, a chegada de Bolsonaro ao partido contribui pouco para o cenário eleitoral em 2022. “Na minha avaliação, não existe trunfo-Bolsonaro, não tem plano e aposta no carisma”, destacou Ramos.
Segundo disse, o atual governo não apresentou nenhum projeto consistente e terá pouco resultado a mostrar na disputa eleitoral do ano que vem. Ainda sobre as eleições, por enquanto, Ramos não vê nenhum nome da chamada terceira via com chances de emplacar.
“Brasil espera de terceira via uma candidatura liberal na economia, socialmente responsável, ambientalmente sustentável e com fundamentos muito claros nos valores da democracia. Os candidatos se apresentam só como negação a Lula e Bolsonaro, não é suficiente”, detalhou.
Ainda sobre a saída do PL, o parlamentar explicou que deve ocorrer apenas em abril, na janela partidária, mas que ‘negocia com Valdemar Costa Neto para sair pela porta da frente’.
A escolha da nova legenda, reforçou, ainda não foi feita. A tendência seria ficar com o Centrão.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.