Política

Bolsonaro não está se aproximando, apenas recuperou eleitores de Moro, avalia Lula sobre pesquisas

Ex-presidente disse ainda ter, no atual cenário, todas as condições para vencer o ex-capitão em outubro deste ano

Foto: Ricardo Stuckert
Apoie Siga-nos no

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira 4 discordar das avaliações de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria se recuperando nas pesquisas de intenções de voto. Segundo defendeu o petista em entrevista à rádio CBN de Campinas (SP), o ex-capitão apenas teria recuperado pontos perdidos com a desistência do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil).

“Ele [Bolsonaro] não está se aproximando, não sei qual é a pesquisa que você está vendo. Hoje tem pesquisas por telefone, internet, mas a pesquisa que conta para qualquer instituto sério é a feita presencialmente”, iniciou Lula.

“[O que aconteceu foi que] Bolsonaro recuperou 3 ou 4 pontos na saída do Moro, mas se você perceber bem a nossa distância continua acima de 15 pontos no Brasil. Isso é uma distância grande, que aumenta no segundo turno para 20% ou 25%”, acrescentou o ex-presidente.

De fato, no levantamento realizado pela consultoria Quaest no início de abril, o último realizado nacionalmente com entrevistas presenciais, o ex-presidente tem 45% das intenções de voto em primeiro turno e Bolsonaro 31%.

O cenário monitorado foi o primeiro após a desistência do ex-juiz e marcou uma oscilação positiva de 2 pontos para Bolsonaro, variação no limite da margem de erro da pesquisa. No mesmo levantamento, todos os cenários de segundo turno monitorados pela consultoria indicam vitória de Lula com margem de mais de 20 pontos percentuais.

Outra análise realizada pela XP Política, com base nas pesquisas do instituto Ipespe, também revelou que o cenário com a saída de Moro muda pouco, uma vez que 40% dos eleitores do ex-juiz dizem migrar para o ‘não voto’. O ‘espólio eleitoral’ de Moro renderia, na avaliação dos analistas, pouco mais de 1 ponto percentual para Bolsonaro, Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB) no cenário final da pesquisa.

“[As pesquisas mostram] que temos todas as condições para ganhar as eleições em 2022”, resumiu Lula ao final da sua análise sobre o tema.

Na entrevista o petista explicou ainda que considera a presença de Geraldo Alckmin (PSB) como um ‘agregador de votos’ para ele e para Fernando Haddad (PT) na disputa pelo governo de São Paulo.

“Eu acho que temos que respeitar [a trajetória do Alckmin]. O Alckmin agrega experiência e [conversa com] um setor da sociedade que durante muito não votou ou não quis votar no PT”, disse. “O PT é muito forte, minha candidatura é muito forte. Hoje eu já tenho mais votos do que tive no primeiro turno de muitas eleições. O povo está percebendo o que está acontecendo no Brasil. Quero conversar não só com quem já vota em mim, mas com todos os setores da sociedade. Nesse aspecto, o Alckmin também ajuda a conversar com setores que estavam afastados do PT”, completou mais adiante Lula sobre o vice.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.