Política

Bolsonaro não é um cristão, mas um homem de falsas crenças, diz Otto Alencar

Senador do PSD na Bahia considerou a possibilidade de um documento voltado a religiosos: ‘Muitas igrejas apoiam Lula sem precisar de carta’

O senador Otto Alencar (PSD-BA) Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O senador Otto Alencar (PSD-BA) disse considerar a possibilidade de a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) produzir uma carta dirigida aos religiosos, mas afirmou ter dúvidas de que o ato tenha algum efeito expressivo. O parlamentar falou sobre o tema a jornalistas em um hotel nesta quinta-feira 6, antes de uma reunião de Lula com quadros do PSD, em São Paulo.

Na quarta-feira 5, aliados de Lula, como o senado Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), defenderam publicamente a divulgação de um texto da campanha voltado a religiosos, para reduzir a resistência desse setor ao ex-presidente.

“Não sei se a carta resolve isso”, disse o parlamentar do PSD. “Eu conheço, na Bahia, muitas igrejas evangélicas que apoiam o Lula sem precisar de carta. (…) Acho que pode ser, ou não.”

Na sequência, Alencar acusou Bolsonaro de ser um “homem sem crença” e relembrou episódios de estímulo à violência por parte do ex-capitão.

“Ele é um homem de falsas crenças. Isso ele é, porque ele não é um cristão. Estimula a violência, agrediu a imprensa, chamou uma jornalista de quadrúpede, disse que queria ‘dar o furo’, imitou um doente com falta de ar. De uma hora para outra ele vai virar um crente?”, questionou.

A reunião de Lula com quadros do PSD é mais um passo da campanha para ampliar apoios no segundo turno. O petista, porém, não tem o endosso direto do presidente da legenda, Gilberto Kassab, que deseja se manter neutro.

Alencar declarou ter conversado com Kassab, mas adiantou que a posição deve permanecer a mesma. Ainda assim, o senador reivindicou para si o direito de se pronunciar pelo PSD e recordou que o nascimento da sigla ocorreu na Bahia, além de destacar a expressão de seu estado na legenda, por meio da quantidade de parlamentares e prefeitos.

“Eu estou aqui e vou falar pelo PSD, porque o PSD nasceu na Bahia”, afirmou. “Pode ser que alguém não me siga, mas eu vou trabalhar pelo Lula.”

Apesar da manifestação de liderança adotada por Alencar, o PSD tem quadros relevantes que apoiam Bolsonaro, como o governador reeleito do Paraná, Ratinho Júnior, e o candidato a vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, Felicio Ramuth.

Com Lula, estão figuras como o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) e o senador Omar Aziz (PSD-AM).

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