Política
Bolsonaro justifica viagem para Rússia e diz que Putin é conservador
Presidente afirmou que busca ‘melhores entendimentos’ e ‘melhores relações comerciais’


O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que buscará na sua viagem à Rússia “melhores entendimentos” e “melhores relações comerciais”. Respondendo a um questionamento de um apoiado, Bolsonaro também disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, é um conservador.
Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro confirmou que a viagem está prevista para o fim de fevereiro. Um homem, então, perguntou se Putin seria “conservador” e “gente da gente”.
“Ele é conservador, sim”, respondeu Bolsonaro.
O homem continuou questionando como seria possível conciliar o conservadorismo com o “comunismo”, mas o presidente apenas disse o que busca na viagem:
“Vou estar o mês que vem lá. (Em busca de) Melhores entendimentos, melhores relações comerciais”, disse o ex-capitão.
Como o GLOBO mostrou, a viagem para Rússia e Hungria (que também está no mesmo roteiro) faz parte de uma tentativa de Bolsonaro de reforçar sua imagem de líder conservador junto a seus apoiadores.
Em novembro de 2021, o governo de Putin aderiu ao Consenso de Genebra, atitude celebrada pelo governo brasileiro. O grupo é formado por 36 países que se posicionam em fóruns internacionais contra resoluções e programas relacionados à saúde reprodutiva e aos direitos sexuais, alegando que eles abririam caminho para a descriminalização ou a legalização do aborto.
Putin promoveu uma reforma constitucional em 2020 que proibiu o casamento homossexual. Em outubro do ano passado, em discurso no Clube de Discussão Valdai, um centro de estudos próximo ao governo russo, ele defendeu o que chamou de “conservadorismo saudável”. Disse que é “verdadeiramente monstruoso” quando “as crianças são ensinadas desde cedo que um menino pode facilmente se tornar uma menina e vice-versa”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.