O presidente Jair Bolsonaro atacou a CPI das Fake News, em resposta às declarações da deputada federal Joice Hasselmann que presta depoimento à Comissão nesta quarta-feira 4. “Inventaram o gabinete do ódio e alguns idiotas acreditaram”, declarou. Durante o seu depoimento, a deputada falou sobre a existência de um núcleo central nomeado de “Gabinete do Ódio” que, como indica o nome, esforça-se em apontar nomes para a produção de montagens, memes, difamação e “destruição de reputação”.
Em sua apresentação à comissão, Hasselmann associou a estratégia de divulgação das redes bolsonaristas a assessores parlamentares de deputados estaduais e federais. Ainda afirmou que há mais de 491.300 reais anuais “destinados a perseguir desafetos”.
A apresentação levada por Hasselmann continha prints – que, segundo ela, são autenticados por um perito digital -, áudios, vídeos de ameaças a figuras inimigas do bolsonarismo, como o ministro Gilmar Mendes, e a identificação do local de trabalho de assessores que, em horários comerciais, ocupam-se de propagar as montagens.
O deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) foi um dos apontados como um dos principais ‘contratadores’ dos serviços de assessores que produzem peças rapidamente virais. Questionada sobre a origem dos disparos feitos pelos robôs nas redes sociais, Hasselmann disse que desconhecia a origem mas recomendou que se “seguisse o dinheiro”.
A parlamentar ainda apresentou uma análise sobre os perfis de Jair e Eduardo Bolsonaro no Twitter. Segundo a análise, dos 5,4 milhões de seguidores do presidente, 1,4 milhão são robôs. Já o deputado federal é seguido por 468 mil robôs, em um universo de 1,7 milhão de seguidores.
Acompanhe a CPI das Fake News:
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login