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Bolsonaro: há ‘cabeça de burro’ em países da América Latina que elegem esquerda

Ao fazer os ataques, Bolsonaro errou o número de países que fazem fronteira com o Brasil

Foto: Alan Santos/PR
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 14, que países da América Latina que votam na esquerda têm “cabeça de burro”. Sem citá-los nominalmente, o chefe do Executivo se referia a Chile, Argentina e Venezuela. No Brasil, o líder nas pesquisas de intenção de voto na disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Lula (PT), é identificado como um pré-candidato de esquerda.

“Seria muito bom para nós que esses três países, com mais oito que fazem divisa conosco, fossem prósperos. Mas tem aqui na América do Sul parece uma cabeça de burro, que força a gente para o lado esquerdo”, declarou o presidente em participação no Brasil Investment Forum 2022, organizado pela ApexBrasil, em São Paulo. Na verdade, o Brasil faz fronteira com dez países da América do Sul, contabilizando a Guiana Francesa, e não 11.

Antes de citar a “cabeça de burro”, Bolsonaro fez críticas indiretas ao Chile e à Venezuela. “Não vou citar o nome do país. Aqui na América do Sul, temos mais a oeste um país. Não basta você ter 30 anos de crescimento médio acima de 5%, quando a política lá na frente redireciona esse crescimento”, afirmou sobre o Chile, que elegeu o esquerdista Gabriel Boric em dezembro. “Não basta no norte, lá em cima, o país com a maior reserva de petróleo do mundo, a população fugir para um paraíso que para eles é o Estado de Roraima. É a política interferindo pelo lado negativo”, acrescentou, sobre a Venezuela.

Para criticar indiretamente a Argentina, Bolsonaro recorreu ao futebol. “Aqui, mais ao sul, um país rivaliza conosco, em especial no futebol, e a gente vê as dificuldades que o país está passando”, declarou no evento.

Crítico – mesmo sem apresentar provas – do sistema eleitoral brasileiro, o presidente ainda criticou a Venezuela por usar urnas eletrônicas. “Aqui, mais à esquerda em referência ao Chile o voto foi em papel. Todos são escravos das suas decisões. Mas lá ao norte é um voto eletrônico, fica a interrogação.”

 

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