Política

Bolsonaro ganha quadro com logo de seu partido feito de cartuchos de armas

O ‘presente’ foi feito com cartuchos que formam o nome ‘Aliança pelo Brasil’ e o logo da nova legenda

Bolsonaro ganha quadro com logo de seu partido feito de cartuchos de armas
Bolsonaro ganha quadro com logo de seu partido feito de cartuchos de armas
Foto: Mateus Ferraz
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O presidente Jair Bolsonaro participou em Brasília (DF), nesta quinta-feira 21, da primeira convenção do partido Aliança pelo Brasil, sua nova legenda após se desfiliar do PSL.

Para comemorar o início do novo partido, o presidente ganhou uma obra feita com cartuchos de armas de grosso calibre representando o logo do Aliança Pelo Brasil. O responsável pelo presente foi o artista plástico Rodrigo Camacho, do Rio de Janeiro. A imagem do quadro foi postada pelo jornalista Mateus Ferraz em seu perfil no Twitter.

Bolsonaro ataca PSL e Witzel

Na convenção, Bolsonaro foi anunciado como presidente do partido e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), como vice. Após ser recebido aos gritos de “o capitão chegou”, o presidente da República fez longo discurso de estreia na legenda. Nos pontos altos, afirmou que deixou o PSL após negociações que considerou inapropriadas.

“Esse foi o problema do partido que deixei há poucas horas: negociar legenda, vender tempo de televisão e fazer do partido um negócio para ele”, afirmou.

O presidente também atacou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Segundo Bolsonaro, Witzel seria derrotado nas eleições se Flávio Bolsonaro não o apoiasse, e após ser alçado ao cargo de governador, passou a sonhar com a presidência da República.

Bolsonaro também voltou a acusar Witzel de utilizar a Polícia Civil do Rio de Janeiro para incriminá-lo com o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra. O presidente também revelou que já sabia da exibição da matéria na TV Globo sobre a citação de seu nome no processo do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, dias antes de ir ao ar.

“Ele [Witzel] colocou na cabeça dele destruir a reputação da família Bolsonaro. Minha vida virou um inferno depois das eleições de Witzel”, afirmou. Em seguida, defendeu a inocência do filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

No início do evento, a advogada Karina Kufa enumerou, em discurso, quatro princípios da legenda: o primeiro, “respeito a Deus e à religião”; o segundo, “respeito à memória, identidade e cultura do povo brasileiro”; o terceiro, “defesa da vida, da legítima defesa, da família e da infância”; e, por último, “garantia da ordem, da representação política e da segurança”.

No primeiro princípio, Karina afirmou que “a Aliança reconhece o lugar de Deus na vida, na história e na alma dos brasileiros” e disse que o povo é “religioso e solidamente educado na base do cristianismo”.

“Jamais a laicidade do Estado significou ateísmo obrigatório, como ocorre em regimes totalitários que perseguem a religião”, disse a advogada.

No segundo princípio, ela disse que o partido se compromete na luta pela “restauração da cultura” e se esforçará por combater o socialismo, o comunismo, o nazifascismo e o “globalismo”, que chamou de “ideologias nefastas que tanto mal causaram e ainda causam ao Brasil, à América Latina e ao mundo”.

No terceiro princípio, Karina afirmou que a sigla vai se esforçar pelo combate “à erotização da infância e ideologia de gênero” no sentido de “banir” o que chamou de “chaga ideológica de nosso país”. Ela também frisou a defesa ao “direito inalinenável de possuir e portar armas”.

No princípio seguinte, ela reiterou repúdio a “todas as suas vertentes” do socialismo e do comunismo e defendeu a proteção do livre mercado e da propriedade privada.

Entre os presentes no evento estavam o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o dono da empresa Havan, Luciano Hang, e a primeira-dama Michelle.

Bolsonaro declara o término da relação com o PSL após escândalos que envolvem candidaturas laranjas, seguidos de desavenças com importantes figuras da legenda, como o presidente do PSL, Luciano Bivar, a ex-líder do governo no Congresso Nacional, deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), e o ex-líder da sigla na Câmara, deputado federal delegado Waldir (PSL-GO).

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